Somos
alunas do 6º2 da escola EB 2,3 de Lamego e vamos entrevistar o Senhor Rogério da Silva Ribeiro, o último tamanqueiro de Magueija, no concelho de Lamego.
Inês: Quantos anos
tem?
Sr. Rogério: 68 anos. Beatriz: Desde quando trabalha nesta profissão?
Sr. Rogério: Trabalho nesta profissão desde os 12 anos.
Inês: Como surgiu a ideia de ser tamanqueiro?
Sr. Rogério: O meu pai já era tamanqueiro e, um dia, quando saí da escola, comecei a trabalhar.
Beatriz: Qual é o seu local de trabalho?
Sr. Rogério: Trabalho em casa.
Inês: Quantas horas trabalha por dia?
Sr. Rogério: Trabalho 21 horas por dia, das 2:00h da manhã às 11:00h da noite.
Beatriz: Trabalha sozinho ou tem alguém que o ajude?
Sr. Rogério: Trabalho sozinho.
Inês: De que precisa, isto é, de que material necessita para fazer os tamancos?
Sr. Rogério: Necessito de madeira de amieiro, cabedal, brochas, zinco, ferragens e pneu.
Beatriz: Quanto tempo demora a fazer um par de tamancos?
Sr. Rogério: Demoro 2 horas.
Inês: Por onde começa e o que faz a seguir até acabar os tamancos?
Sr. Rogério: Começo por trabalhar a madeira, depois talho o cabedal, coloco o zinco e, por
fim, prego tudo com as brochas. Por baixo do tamanco prego o pneu ou as ferragens.
Beatriz: Por quanto
vende cada par de tamancos?
Sr. Rogério: Vendo cada
par por 25 ou 30€.
Inês: Faz um bom
negócio?
Sr. Rogério: Sim, também
faço algumas feiras.
Beatriz: O que ganha
é suficiente para viver?
Sr. Rogério: É, mais ou
menos, mas também planto algumas coisas.
Sr. Rogério: Penso
trabalhar enquanto puder, enquanto tiver saúde.
Beatriz: Conhece
alguém que queira seguir esta profissão?
Sr. Rogério: Não, os
que havia já foram embora e agora os jovens já não querem seguir esta
profissão.
Beatriz e Inês: Muito
obrigado pelo tempo que nos dispensou!
Antigamente, os tamancos eram o calçado mais utilizado. Baratos, quentes e resistentes, eram também usados
por pessoas ricas, mas, sobretudo, por pessoas sem grandes possibilidades monetárias.
O Sr. Rogério, um artesão que trabalha por amor à arte, é um dos poucos tamanqueirosque ainda hoje
exercem essa profissão no nosso país.
Alunos do 6º 2, sob a orientação da senhora Professora Fátima Moura
4 comentários:
Gostei muito! E também aprendi muitas coisas. Só acho que este senhor trabalha demais...
Gostei muito! Fiquei a conhecer um novo emprego, que nem sonhava existir, e também acho que o sr. rogério trabalha demasiado. mas vê- se que é um senhor empenhado no seu trabalho e que tem muito amor à arte, pois são poucos os que o têm!
Mariana 6º4
Este texto está muito bem escrito e fez-me pensar que há pessoas com emprego(um bom emprego) que se queixam de trabalhar muito. E o Sr. Rogério trabalha tanto e não se queixa, só por amor à profissão.
Toda a gente devia ser como o Sr. Rogério.
Quanto ao texto, adorei! Está muito bem escrito e tem linguagem formal. Continuem!!
Ana Filipa-6º4
Gostei muito deste texto, principalmente porque é feita a um senhor que mora na aldeia onde eu vivi nos meus 3 primeiros anos de vida.
Gostei muito de saber mais coisas sobre esta profissão.
Ana Margarida 6º4 nº3
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