quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Uma entrevista especial...

Apresento-vos uma entrevista que alguns alunos da E. B. 2, 3 de Lamego realizaram a um tamanqueiro, para o projeto europeu etwinning. Fica aqui a entrevista em português, mas para a plataforma deste projeto, os alunos passaram-na para inglês e, assim, muitos alunos de países europeus vão ficar a conhecer pessoas interessantes da nossa região e do nosso país.

Somos alunas do 6º2 da escola EB 2,3 de Lamego e vamos entrevistar o Senhor Rogério da Silva Ribeiro, o último tamanqueiro de Magueija, no concelho de Lamego. 
 
Inês: Quantos anos tem?
Sr. Rogério: 68 anos.
Beatriz: Desde quando trabalha nesta profissão?
Sr. Rogério: Trabalho nesta profissão desde os 12 anos.
Inês: Como surgiu a ideia de ser tamanqueiro?
Sr. Rogério: O meu pai já era tamanqueiro e, um dia, quando saí da escola, comecei a trabalhar.
Beatriz: Qual é o seu local de trabalho?
Sr. Rogério: Trabalho em casa.
Inês: Quantas horas trabalha por dia?
Sr. Rogério: Trabalho 21 horas por dia, das 2:00h da manhã às 11:00h da noite.
Beatriz: Trabalha sozinho ou tem alguém que o ajude?
Sr. Rogério: Trabalho sozinho.
Inês: De que precisa, isto é, de que material necessita para fazer os tamancos?
Sr. Rogério: Necessito de madeira de amieiro, cabedal, brochas, zinco, ferragens e pneu.
Beatriz: Quanto tempo demora a fazer um par de tamancos?
Sr. Rogério: Demoro 2 horas.
Inês: Por onde começa e o que faz a seguir até acabar os tamancos?
Sr. Rogério: Começo por trabalhar a madeira, depois talho o cabedal, coloco o zinco e, por

fim, prego tudo com as brochas. Por baixo do tamanco prego o pneu ou as ferragens.
Beatriz: Por quanto vende cada par de tamancos?
Sr. Rogério: Vendo cada par por 25 ou 30€.
Inês: Faz um bom negócio?
Sr. Rogério: Sim, também faço algumas feiras.
Beatriz: O que ganha é suficiente para viver?
Sr. Rogério: É, mais ou menos, mas também planto algumas coisas.
Inês: Quantos anos ainda pensa trabalhar?
Sr. Rogério: Penso trabalhar enquanto puder, enquanto tiver saúde.
Beatriz: Conhece alguém que queira seguir esta profissão?
Sr. Rogério: Não, os que havia já foram embora e agora os jovens já não querem seguir esta profissão.
Beatriz e Inês: Muito obrigado pelo tempo que nos dispensou!
Antigamente, os  tamancos  eram  o   calçado mais utilizado. Baratos, quentes e resistentes, eram também usados por pessoas ricas, mas, sobretudo, por pessoas sem grandes possibilidades  monetárias. 
O Sr. Rogério, um artesão que trabalha por amor à arte, é um dos poucos tamanqueirosque ainda hoje exercem essa profissão no nosso país.
Alunos do 6º 2, sob a orientação da senhora Professora Fátima Moura

4 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito! E também aprendi muitas coisas. Só acho que este senhor trabalha demais...

Anónimo disse...

Gostei muito! Fiquei a conhecer um novo emprego, que nem sonhava existir, e também acho que o sr. rogério trabalha demasiado. mas vê- se que é um senhor empenhado no seu trabalho e que tem muito amor à arte, pois são poucos os que o têm!

Mariana 6º4

Anónimo disse...

Este texto está muito bem escrito e fez-me pensar que há pessoas com emprego(um bom emprego) que se queixam de trabalhar muito. E o Sr. Rogério trabalha tanto e não se queixa, só por amor à profissão.
Toda a gente devia ser como o Sr. Rogério.
Quanto ao texto, adorei! Está muito bem escrito e tem linguagem formal. Continuem!!

Ana Filipa-6º4

Anónimo disse...

Gostei muito deste texto, principalmente porque é feita a um senhor que mora na aldeia onde eu vivi nos meus 3 primeiros anos de vida.
Gostei muito de saber mais coisas sobre esta profissão.


Ana Margarida 6º4 nº3