sábado, 31 de maio de 2014

Menções Honrosas para os aventureiros da escrita


Estamos novamente de parabéns!
Dois alunos da turma B do 5º ano, do Agrupamento de Escolas Latino Coelho, de Lamego, conseguiram menções honrosas no concurso nacional "Uma aventura literária 2014", da Editorial Caminho. É mesmo mérito, uma vez que só são atribuídos três prémios, num concurso em que paraticiparam mais de 10000 trabalhos. Conseguir uma menção honrosa é algo de relevante e de ter em conta a qualidade dos textos por parte do júri.
Parabéns, meninos, e continuem a escrever. Nunca se cansem nem desistam.
Aqui ficam os textos para todos apreciarmos.


A minha irmã


A   minha irmã nasceu no dia 20 de janeiro de 2006 e chama-se Ana Luísa .
Quando ela nasceu, eu tinha quase três anos. Fui vê – la ao hospital. Gostei muito de a conhecer. Tinha uma carinha rechonchuda e vermelhusca, mas umas perninhas de alicate. A minha mãe disse que ela me tinha trazido um presente do qual eu gostei muito, muito, muito! Eram uns cubos enormes e super coloridos para montar, tipo puzzle. Surgiam assim, grandes e vistosos animais da quinta.  
Passados alguns dias veio para casa. Era muito, muito, muito pequenina. Gostava de ajudar a minha mãe a dar – lhe o banhinho diário e a mudar – lhe a fralda.
No dia do seu batizado, tinha um fatinho espetacular mas não me parecia que ela gostasse muito, porque quando o vestiu choramingou. Durante a cerimónia mal a deixei estar ao colo da minha mãe. Recambiei – a para o colo da sua madrinha. Eu também queria o colinho da minha mãe!...
Os anos foram passando e ela crescendo, crescendo, crescendo…e, é claro, eu também! Fomos sempre muito amigos, brincámos sempre muito e zangámo – nos algumas vezes.
Andámos juntos no infantário. Lembro-me quando ela me chamava à hora do almoço ou quando me via. Também andei com ela no Centro Escolar. Só a costumava ver à hora do almoço e dizia – lhe sempre adeus. Ela ficava toda contente e acenava – me também.
Agora já anda na escola primária, no 2º ano e tem 7 anos. É um pouco resmungona,  mas muito  brincalhona ...
Costumo brincar muitas vezes com ela e realizamos vários jogos, com as suas bonecas, às professoras e, aos fins de semana com a PS3. Algumas vezes ajudo – a nos trabalhos de casa .
O que ela gosta mais de fazer é brincar com as «Pinypon no hotel». Por vezes também me divirto  com estas bonequitas. O que gosta menos de fazer são os trabalhos extra que a minha mãe lhe marca, em casa (odeia os de matemática e às vezes resmunga muito, muito, muito por não os querer ou os não saber fazer).
Na escola tem muitas amigas . Gosta muito delas e de brincar com elas. Às vezes trá– las cá a casa e deixam tudo do avesso. As que ela mais gosta chamam – se Ana Margarida , Dana e Sara.
 Quando se vão embora, eu e a minha irmã ajudamos a minha mãe a arrumar tudo. A minha irmã frequenta a academia de música de Lamego. Gosta muito de cantar e fá - lo muito bem! Também anda numa escola de ballet e tenho–a visto  dançar muito bem, em vários espetáculos da escola no Teatro Ribeiro Conceição.
Sinto muito orgulho nela.
E é por tudo isto que gosto imenso dela!

Alexandre Laia - 5º B

O tesouro


Era uma vez um menino chamado Luís. O Luís era um menino muito aventureiro e destemido, mas acima de tudo era um sonhador. Andava sempre com a cabeça no ar a pensar em mil e uma coisas e a sonhar acordado com mil e uma aventuras.
Esta sua maneira de estar trazia-lhe repreensões constantes da sua mãe, sempre preocupada com as consequências futuras daquilo que parecia tratar-se de uma constante fuga à realidade. Assim, não eram raras as vezes em que as repreensões se transformavam em castigos e, ora o Luís se via privado de algumas das coisas que mais gostava ora era obrigado a fazer as coisas que mais detestava.
Os anos foram passando e o Luís, apesar de compreender algumas das preocupações da sua mãe, não conseguia deixar de ser sonhador e ter a sua cabeça sempre recheada dos mais variados sonhos. Já a sua mãe parecia não entender o porquê do seu filho ter tantos sonhos e tão pouca preocupação com a realidade.
Eis que um dia os pais do Luís tiveram de fazer uma viagem de trabalho. Como essa viagem ia demorar três dias, ficou combinado que, durante esse tempo o Luís ficaria aos cuidados da sua avó.
Apesar de estar triste por os seus pais se irem ausentar, Luís ficou contente por poder ficar algum tempo com a sua avó, de quem muito gostava.
 A sua estada na casa da avó coincidiu com a altura em que a avó estava a remodelar a sua casa. Como já era uma casa antiga, precisava de algumas obras e pinturas. Estava tudo coberto com plásticos e a casa estava "de pernas para o ar", como se costuma dizer! No meio de toda aquela confusão, Luís encontrou uma caixa de lata verde com flores coloridas gravadas na tampa. Parecia tratar-se de um objeto antigo. Movido pela curiosidade, abriu a caixa e lá dentro encontrou vários textos amarelecidos pelo tempo. 
Que seria aquilo? De quem seria aquilo?
Sentou-se num dos bancos da cozinha e começou a ler os misteriosos textos.
Eram textos maravilhosos sobre aventuras incríveis e sonhos sem fim. Ao mesmo tempo que lia todas aquelas histórias, ia crescendo nele a vontade de conhecer o incrível autor de tudo aquilo. Era maravilhoso! Quem quer que fosse que tivesse escrito aquilo era tão, mas tão parecido com ele!
Afinal, não era o único a ter sonhos e vontade de os viver, como se a vida se tratasse de uma incrível e apetecível aventura!
Afinal havia mais pessoas como ele! A sua mãe não tinha motivos para se preocupar, muito menos para o repreender e castigar por ter excessos de sonhos!
Quando ela voltasse da viagem, iria mostrar-lhe aquele pequeno tesouro!
Estava perdido nos seus pensamentos, quando a sua avó apareceu para lhe lembrar que eram horas do banho. Quando o viu com a caixa de lata na mão disse:
-Que estás a fazer com a caixa dos sonhos da tua mãe na mão? Onde a encontraste?
-A caixa dos sonhos da mi...da minha...da minha mãe?- gaguejou o Luís
-Sim, a caixa dos sonhos da tua mãe. Onde estava? Tens de a levar para casa. A tua mãe vai gostar de ler essas coisas tão giras que ela escrevia quando era da tua idade.
Eu estava petrificado. Aquela caixa era da minha mãe? Como era possível? Não queria acreditar...
-Avó...esta caixa era da minha mãe, tens a certeza?
- Claro que sim!- disse a avó
Luís pegou na caixa e colocou-a com cuidado na sua mochila. Quando a mãe regressasse tinham muito para falar. Se a caixa dos sonhos era da sua mãe, se ela era tão parecida com ele quando tinha a sua idade, porque é que tinha mudado tanto e parecia não o entender?
O tempo passou depressa e os pais do Luís finalmente regressaram a casa.
Assim que pôde o Luís chamou a mãe ao seu quarto e mostrou-lhe a caixa dos sonhos. Ao ver a sua caixa nas mãos do filho, os seus olhos encheram-se de lágrimas!
-Filho!!! Já não me lembrava desta caixa muito menos do que ela tinha lá dentro!- disse emocionada.
-Mãe, tu já foste como eu! Porque é que os teus sonhos morreram? Os adultos não sonham? Se é assim não quero crescer...quero continuar a sonhar!
-Meu querido filho! Os adultos sonham mas, a verdade é que, muitas vezes se esquecem dos sonhos de criança. Ver esta caixa fez-me recordar o passado e perceber que não devemos esquecer os nossos sonhos mais antigos e puros. A partir de agora vou estar mais atenta a isso e prometo que não vou deixar que o quotidiano me roube a capacidade de continuar a sonhar como antigamente.
Luís abraçou a sua mãe com ternura.
A verdade é que, nas muitas aventuras que já tinha vivido, nunca tinha encontrado um tesouro tão valioso como aquele.


 Rodrigo Gabriel - 5º B

terça-feira, 20 de maio de 2014

A melhor carta 2014 foi para... Agrupamento de Escolas Latino Coelho


Estamos todos de parabéns!
O nosso colega João Nuno Santos, da turma B do 5º ano, foi o vencedor da edição 2014 dos CTT no concurso "A melhor carta 2014" cujo tema era "A importância da música no dia a dia", na faixa etária dos 9-11 anos.
Nada se consegue sem esforço e dedicação e o nosso colega é a prova disto. Vamos ler a carta que a nível nacional convenceu o júri soberano e justíssimo. Temos de nos orgulhar com os TALENTOS que o nosso Agrupamento vai revelando de forma muito subtil.
Fica aqui a carta que o João Nuno apresentou a concurso. Realmente é mesmo muito interessante e realça aquilo que a música nos pode proporcionar.
O prémio será entregue em outubro, aquando das comemorações do Dia dos CTT, em Lisboa.
Que orgulho!



                   Cidade da Música, 25 de dezembro de 2014

            Queridos músicos,

            Chamo-me João e sou violinista. Gosto muito de vos ouvir tocar, porque sempre sonhei com a música. Foi sempre uma das minhas paixões, porque esta linguagem entendida por todos não nasce do nada. Ela vem devagarinho através dos sonhos mais distantes e profundos e cresce com a paixão que nos acompanha todos os dias, tal como o nosso crescimento. Aliás, é ela que nos permite crescer.
            A música é parte do dia a dia, é ela que inspira as nossas composições, é ela que nos entretém no tempo livre, é ela que faz com que nós nos transformemos de forma harmoniosa.
            Sem ela não vivemos, sem ela não somos nada. A música consegue cativar-nos mesmo nos momentos de maior tristeza. Decidi ser violinista pela emoção de poder tocar e sentir a melodia, e o fascínio pelas figuras rítmicas, as claves, as dinâmicas… É tudo tão belo, mesmo não passando de coisas simples, normais, singelas e inocentes.
            Como qualquer músico, eu adoro tocar e sentir que as preocupações desaparecem para longe, para o infinito. Tudo se desvanece no ar.
            A música tem muita importância na nossa vida mesmo para quem não gosta. Ela entristece-nos e alegra-nos, ela deixa-nos zangados mas, ao mesmo tempo surpreende-nos. É algo que não se pode explicar.
            Quando se toca um instrumento, pela primeira vez, não se consegue parar. A pauta pode acabar, as acentuações, o andamento, mas só isso não chega para deter a alma da música, não chega para fazer com que o coração pare de bater, como uma bateria a marcar o ritmo ou uma gota de orvalho a cair numa folha e a ressoar na silenciosa floresta. E daí nasce a maior das orquestras, a orquestra da floresta! Os grilos a cricrilar, os pássaros a chilrear, os ratos a guinchar, seguidos dos patos de plumagens maravilhosas e luxuriantes a grasnar. Ah… é tudo tão bonito na música!
            Se não fosse músico que seria de mim? Talvez no futuro necessite dela ou será ela que necessitará de mim? Sim porque nós, músicos, somos como peças de um puzzle, há umas que se vão gastando e sendo substituídas por outras. Todos nós merecemos estar nesse puzzle, nesse puzzle que parece uma miragem mesmo sem se ver. É exatamente como uma paisagem cheia de árvores e plantas de todos os tipos e feitios ou semelhante a uma serra cheia de montes com milhares de floquinhos de neve à volta.
            Lá no fundo todos temos uma paixão por música, por todos os tipos de música, do jazz ao rock, do clássico ao country. Todos gostamos de ouvir seja o que for porque todos conseguimos perceber o que ela nos transmite mesmo sendo estrangeira ou não, porque a música é uma linguagem universal, entende-se até noutros planetas, não só os desta galáxia como também os das mais longínquas e escuras de todo o universo (ou, quem sabe, talvez de outros sítios que só existam na nossa memória ou imaginação).
            Quando se consegue imaginar milhares de imagens de mil cores, paz no mundo ou até a amizade e o amor, consegue-se escrever uma canção mesmo não sabendo nada sobre a música, pois ela é como um caminho que, depois de percorrido, nos leva a um sítio desconhecido e desabitado. A partir daí, seguimos o nosso destino e construímos a nossa vida como se não houvesse amanhã.
            O mundo da música é um mundo que quase não se vê, é um mundo encantado onde tudo é harmonioso e bonito, onde as notas se cumprimentam sempre que se veem, onde as dinâmicas não discutem sobre qual é a melhor ou onde as claves se elogiam umas às outras. É um mundo que habita em nós.
            Uma simples nota origina uma série de compassos, origina as maiores obras já ouvidas. Origina milhões e milhões de notas que juntas formam a música de hoje em dia porque essas notas somos nós, nós somos a música.
Enfim, não devemos esquecer que temos de construir a sinfonia da vida! Continuemos a pôr em prática o que aprendemos com a música e com os músicos. Nunca se cansem de tocar, trautear, de compor e de … alegrar os outros!
Espero que a vossa caminhada musical nunca tenha fim para bem de todos nós. Viva a música e quem consegue com ela alegrar corações por este mundo tão esquecido da palavra “concerto” (não sei se me entendem!).

Até breve, caros amigos.
Cordiais saudações e muita inspiração!

                                               João Nuno Santos
E. B. 2, 3 de Lamego - 5º B
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego
Outra carta que foi enviada para o mesmo concurso...
Ora leiam!



Vila do Alecrim, 1 de outubro de 2013

Querida Eva,

Como estão as coisas aí em Inglaterra? Espero que estejas a gostar. Hoje é o dia mundial da música, e decidi falar-te sobre este assunto por causa da aula de Educação Musical que acabei de ter. Além disso, o que tenho para te dizer vai alegrar-te aí por essas terras britânicas e assim esqueceres as saudades… O que interessa é que o trabalho esteja a correr bem e a saúde não te falte.
 Pode não parecer mas a música tem muita influência no dia a dia de todas as pessoas, em qualquer parte do mundo. Seja no carro, no trabalho, nos transportes públicos… Em qualquer lugar a música existe. Desde muito pequenos todos nós somos habituados a ouvir música, uns mais, outros menos, mas quase todos sofremos influências musicais mesmo quando ainda estamos na barriga das nossas mães. Eu, por exemplo, conta a minha mãe, que me comprou um carrocel de música e colocava-o junto da sua barriga. Ainda hoje aquela música me acalma e me faz sentir bem, ou seja, parece que me lembro de a ouvir sempre. Como podes ver, a música e as nossas preferências musicais podem começar desde muito cedo.
Na História da Humanidade isto também acontece. Não existe uma data bem definida para o aparecimento da música mas diz-se que os homens pré-históricos já a entoavam, emitindo os primeiros sons e criando os primeiros instrumentos. Como vês, a música existe desde que o Homem existe.
 A música pode ser portadora de várias emoções e pode também exprimir os nossos sentimentos. Se ouvirmos uma música romântica, pode significar que estamos apaixonados; no entanto, se ouvirmos uma música mais alegre parece que essa alegria nos contagia. Se a música for triste, o mesmo acontece. Também ouvimos música de acordo com o estado de espírito em que nesse momento nos encontramos. A música faz parte de muitos momentos da nossa vida e algumas músicas marcam-nos como recordação de alguns momentos.
Existem músicas de todos os estilos e vários ritmos em todo o mundo, e quase todos os países têm estilos de músicas diferentes que os caraterizam. Por exemplo: a música pop surgiu nos anos 60 e pode apresentar ritmos melódicos e por vezes ritmos ‘acelerados’ (alguns deles mais famosos - Shakira, Back Street Boys, Britney Spears…). Outro estilo é o fado, ritmo tipicamente português (a Marisa, Amália Rodrigues e Ana Moura são  bons exemplos de fadistas). O hip hop, apareceu nos anos 70, um estilo de música americana que nasceu com o objetivo de mostrar ao mundo o quotidiano de classes menos favorecidas e seus conflitos pessoais. Grandes nomes do hip hop como Boss, Ac e Da Weasel.O rock and roll surgiu na década de 50 nos Estados Unidos, com um ritmo acelerado favorecendo a dança (os mais conhecidos Elvis Presley e Os Beatles). Outros estilos de música que todos nós apreciamos: música popular brasileira, o jazz, o tango, a música clássica, o reggae, a ópera, a eletrónica… É um mar de notas musicais e de melodias infindável.
Como vês, a música é muito variada, existem vários estilos de música e pessoas que vivem dela, já sabias disto tudo, não é verdade? No entanto, eu gostaria de te dizer o seguinte. Apesar de ainda ser muito jovem, aprecio imenso a música clássica. Ouvir Mozart, Chopin e outros compositores que nos deixaram belíssimas obras-primas, encanta-me. E sabes que quando ouço estas melodias, fico momentos a recordar os nossos passeios pela praia, pela montanha, pelo campo, nas nossas férias de verão? Ah, que saudades! É esta a melhor forma que consegui de me lembrar de ti e poder encarar melhor a tua ausência. Que bom que é ter a música clássica para me ajudar a completar este vazio! Já experimentaste?
A propósito: a Ana Moura tem um fado apropriado à nossa amizade e amor de irmãs. Sugiro que o escutes com muita atenção. O título é “Desfado”, mas toda a letra anda à volta do tema da saudade. É belíssimo e a voz desta fadista, bem atual e apreciada em todo o mundo, dá-lhe uma vida tal que não consigo resisitir em te aconselhar a ouvi-la. Espero que gostes e que quando a ouvires te lembres de mim. É mesmo uma boa forma de matar saudades…
Espero que tenhas gostado de tudo o que aqui te escrevi sobre a música.
Como tua irmã, e sabendo que por estares longe gostas de receber novidades da família, hoje apenas decidi desabafar. Sabe bem recordar…
Muitos beijinhos de todos nós, mas um grande, muito grande mesmo da tua irmã,
 
Diana Gouveia Pinheiro 
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego