Estava o céu azulinho, com um frio de tremer o dente
quando, vinda da escola, vejo um corvo numa horta a comer uns vegetais que por
ali havia.
Fui à horta, aproximei-me do corvo e este, em vez de
fugir, pergunta-me:- Olá, como te chamas?
- Chamo-me Arnaldo – respondi eu, assustada.
- Não te assustes. Eu não faço mal a ninguém – informou ele ao ver a minha cara de susto.
- E tu, como te chamas? – perguntei eu.
- Eu sou o corvo Alfredo. Gosto imenso de aventuras, sou muito curioso. Convido-te para vires comigo e se também gostas de pôr à prova as tuas emoções, podes contar comigo.
- Claro que gosto – aceitei o convite, mas muito receosa.
E lá nos aventurámos pelo Bosque da Fantasia, sempre acompanhada do meu amigo corvo Alfredo. Levou-me até uma casa abandonada.
À entrada, o corvo bateu suavemente na porta com uma cadência que me pareceu ser um código. Quando a porta se abriu, entrámos e eu fiquei surpreendida ao ver que não se tratava de uma casa, mas sim de um portal.
- Entra neste portal e entrarás numa terra onde te vais maravilhar! – explicou ele.
Entrei e fui parar a uma localidade que aparecia em livros de crianças. Estava repleto de gomas, trampolins e de outras diversões tão do meu agrado.
Aí, não havia dia nem noite, havia crianças, muitas crianças a brincar e eu transformei-me numa delas sem ter feito nada para isso. Foi algo que se passou tão repentinamente que nem me permitiu recusar ou fazer qualquer reparo. Posso dizer-vos que regressei aos meus tempos de infância… Que delícia, que encanto! Já há muito que não me acontecia uma surpresa. Esta foi a melhor dos últimos tempos.
Ao longo desse tempo que aí permaneci, fui acarinhada, desafiada para situações engraçadíssimas, provei manjares de variedades e sabores que nunca imaginara existirem, conheci personagens que me fizeram ver como é interessante a vida e a natureza, mas também me fizeram enfrentar perigos para que eu desse mais valor às pessoas e a seres que nos parecem insignificantes, mas importantíssimos para a nossa vida. Aprendi muito porque aprendi a escutar e a envolver-me na resolução de problemas e dificuldades. Foi um verdadeiro teste à minha personalidade e à minha capacidade de resistência. Valeu a pena conhecer aquele mundo!...
Foi triste ter de regressar ao nosso mundo, mas
devido a tudo o que vi e enfrentei passei a ver o que me rodeia de outra forma.
A imaginação permite-nos viajar e refletir quando há vontade de mudar.
Nunca desistam de sonhar!...
Mariana Montenegro – 6º 4