domingo, 18 de janeiro de 2015

Uma decisão sensata, finalmente!

Naquela tarde de nuvens, mas de muito calor, avistei um barquinho junto à ponte daquela praia aprazível. Aquele barquinho era mesmo muito pequeno, tão pequeno que só havia espaço para duas pessoas. Tinha uma vela com um símbolo bem adequado: um peixe!.
Quando o barco se aproximou, deu para ver que havia um homem lá dentro. Era um homem esbelto e elegante, com uma cara redondinha e rechonchuda. Usava uma camisola azul, calças de ganga e sapatos que mais pareciam peixes, devido à sua semelhança com estes seres das barbatanas. Levava uma rede para apanhar peixes, mas via-se que não tinha conseguido grande pescaria.
Parou o barquito, prendeu-o e saiu com a rede nas mãos para vender o que pescara. Olhei para o mar e vi um grupo de patos a vaguear por ali. Quase não conseguiam deslizar pelas águas mansas devido aos detritos, lixo e correntes de crude (petróleo em bruto) que um malvado barco de carga de produtos desta espécie tinha lançado ao mar. Ao ver aqueles animais a sofrer, queríamos, eu e os meus amigos, fazer algo para os ajudar a nadar e a viver da forma como tanto gostam e a que têm direito.
Ao chegarmos a casa, decidimos ir pesquisar histórias semelhantes a esta que existem muitas, infelizmente!). Os dias foram de algum trabalho para conseguirmos ter argumentos para iniciar uma luta pela sobrevivência destes seres e de outros do planeta Terra, onde se inclui o mar.
Surgiu a ideia do tribunal, lugar onde os juízes tomam decisões e castigam os criminosos. O nosso objetivo era salvar animais indefesos e sem voz para denunciar o mal que constantemente os ataca. Demos a conhecer ao senhor juiz, e outros elementos do tribunal, as nossas preocupações, as nossas observações e até sugestões. Fizemos-lhes ver que os animais merecem viver a vida com direitos, tal como nós pessoas. Além disso, aquilo que eles estavam a sofrer implicava também o mal do planeta e de nós que o habitamos. Tinham de tomar uma atitude severa e saber quem eram os responsáveis. Acharam que não era motivo para se preocuparem com uma situação deste género, ainda para mais uma denúncia vinda de crianças! Eram coisas para se apreciar quando houvesse tempo, ou seja, para nunca pensarem nelas.
Concluímos que  era preciso fazer algo mais consistente, fazer mais e melhor para que aquelas cabeças iluminadas, achávamos nós, se debruçassem sobre este aspeto grave: a poluição marinha. Claro que nós tínhamos um plano B. Uma de nós saiu da sala de audiências e voltou cinco minutos depois. Transportava água com um quantidade mínima daquela substância petrolífera que pairava no mar.
Levámos o recipiente até ao senhor juiz e pedimos-lhe que cheirasse ou mesmo olhasse para a cor e o aspeto de certa forma lodoso que apresentava.
- Esta água, será que é água? Tem um odor que sufoca, uma cor escuríssima e nem me atrevo a chegar-lhe o nariz! Onde é que vocês foram buscar tamanha mixórdia? Impossível isto existir por aqui. Há alguma coisa que não está bem. Contem lá o que se passa - pediu ele, muito autoritário, mas intrigado.
- Pois é, senhor Dr. Juiz. Esse líquido que está a ver e a cheirar é exatamente o meio onde vivem peixes, patos e outros seres, que estão a morrer aos poucos. São os senhores dos barcos petroleiros, e de outros, que lançam ao mar, sem qualquer tratamento, os detritos que saem da limpeza dos porões e de contentores. Com é que nós podemos banhar-nos, nadar, e os peixes sobreviverem num habitat estragado e doente como este? Isto é a prova  real de que tem de tomar uma decisão muito importante e severa para que os responsáveis aprendam de uma vez por todas. Tente ir até à beira-mar e se gosta de nadar ou de desfrutar do mar, vai ver como até foge... O pior é que os animais que lá vivem devem estar a morrer lentamente e nós não tardaremos a ficar como eles. Pense bem nisto, reflita e tome as medidas exatas.
O juiz estava sem palavras! Pediu para falar com os seus conselheiros. Passados uns dias convocou-nos para uma reunião. Informou-nos do seguinte:
- Vamos instalar, para já, uma máquina no fundo do mar, junto à nossa costa, para sugar os resíduos do petróleo e outro lixo. Já falei com o presidente da câmara para iniciar esta operação e a patrulha da polícia marítima irá pôr a funcionar radares que vão denunciar todas as embarcações que tentarem lançar os seus detritos no mar. Serão severamente castigados e obrigados a limpar o que sujarem, com multas que terão de pagar. Vós ides construir frases sobre estes perigos do mar, para serem colocadas em boias, rochas, pedras e promontórios, para que fiquem bem visíveis a todos os que cruzarem estas paragens, antes que façam asneiras deste género. E quero agradecer-vos por não terem desistido de lutar por aquilo em que acreditam e por defenderem o vosso planeta. Deram-nos uma lição.
- Ficamos muito gratos por saber que finalmente nos ouviu e que fomos úteis.

Catarina Guedes e Carla Esteves 
Clube de Escrita Criativa
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

A nossa LUZ

O ano de 2015, Ano Internacional da Luz, proclamado pela ONU, é uma iniciativa que tem como objetivo consciencializar os cidadãos de todo o mundo para a importância da luz e das tecnologias óticas na sociedade. Ao longo do ano os alunos e professores irão desenvolver várias actividades relacionadas com a importância da luz nas nossas vidas e em diferentes níveis culturais.
Fica aqui uma pequena motivação para todos nós. Um poema que nos fala da luz, mais humana, e relacionada com a sua importância nas nossas relações pessoais e interpessoais.



Quero brilhar
E fazer o que os outros não conseguem.
Quero reluzir por cantos obscuros,
Criando luz, para que as pessoas não se zanguem.

Quero conseguir andar
Sem pôr os pés no chão.
E ajudar os outros
Com a luz que me sai da mão.

Espalho luz e ser especial
Acredito em magia
Voar e imaginar
Algo nada real.

Pegar no que está aqui
Pegar no coração
E com ele fazer magia
Magia e imaginação.

Criar luz com alegria
Luzir está em ti.
Espalhar por todo o mundo
Luz para mostrar que estás aqui.

Luz quero ser
Luz quero retribuir.
Por pessoas e lugares
Onde possa sorrir.

E mostrar quem és
E o que podes fazer.
Quem és tu para ficar quieto
Assim sentado, a sofrer?

Mas tu és alguém.
Não te vás embora.
Vamos espalhar luz,
Sempre e agora.


João Nuno Santos - 6º B
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego