terça-feira, 17 de junho de 2014

Uma paixão eterna!



E a propósito do Douro, mais um prémio para uma aluna do Agrupamento de Escolas Latino Coelho. O poema que podem ler a seguir foi o vencedor na modalidade de texto literário, para alunos do 2º ciclo. A nossa colega, Maria Beatriz Fonseca, do 5º B, criou um poema sobre assonâncias e dissonâncias do Douro. Deliciem-se com a sua leitura. Parabéns e continuemos nesta caminhada que tantas alegrias nos tem proporcionado,

Começa com o inverno 
Com tudo gelado
Coberto de neve,
Branco como algodão!

Mesmo assim,
O Douro brilha com paixão
 Nos olhos de qualquer um
Mesmo o mais resingão!

Começando a primavera
Começa a beleza
Na margem do rio Douro
Onde espairece a grandeza!

Flores amarelas, vermelhas
Tudo fica multicolor.
Rosas, tulipas, margaridas
Em flor.

No verão,
Já nem se fala…
No meio do calor
Num barco navegamos
Saboreando o silêncio abrasador.

Sem nada a mexer
A única coisa
Que apreciamos
A única coisa
Que vemos
É o esplendor,
É o néctar de doce sabor!

Já no outono,
Com as videiras
Pesadas de uvas
Para comer,
As melhores são
Para refeição de rei
As outras para um sumo
Que no mundo é campeão!

Nossos vinhedos de ouro,
Alegria anda por aí.
À noite, já tarde,
Ouvem-se canções,
Saboreia-se o cheiro,
O melhor do mundo!
O que não tem nas redondezas
Outro igual parceiro.

Tudo é testemunho das gentes,
Do som, da paisagem, das águas
Que nos enternecem
E num reino delicioso
Onde os rochedos ecoam
Sons e cantos de antigamente
A magia nos envolve,
A água nos adormece,
Os socalcos nos entontecem
De verde, de vermelho,
De qualquer tom,
E até o trem nos estremece
Quando alguém
Uma história tece
Sobre os tormentos de
Gentes, de nobres,
Qual D. Antónia,
Qual Barão de Forrester
Almas que o Douro
Apaixonou,
Que o Douro viu morrer.

Um senhor, um mestre da vida,
Este rio, esta paisagem,
Dura, doce, delirante,
Que muitos viu partir
Para outros rios,
Para outros destinos,
Mas que sempre
Os recebe com brados,
Com prantos e sorrisos,
Uma eterna paixão,
Um autêntico mar de desafios!...
Um adamastor imponente,
Uma pepita perdida
Na imensidão da Terra Quente…

Maria Beatriz Fonseca - 5º B
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego
Concurso "Douro Património Mundial: assonâncias e dissonâncias".

quinta-feira, 5 de junho de 2014

A gotinha de ouro



Participámos num concurso sobre a região do Douro. Aqui fica um dos poemas que vos vai agradar com toda a certeza. 


 Eu sou uma gotinha
E agora vou contar-vos
A minha vidinha
De onde vim
até onde cheguei.

Havia uma nuvem,
a nuvem mãe,
onde eu vivia
e as iguais a mim também.

Um dia,
a nuvem mãe ficou cheia de nós
não teve outra alternativa
senão despejar-nos,
de forma veloz.

Então chuva se fez,
vi o mundo a meus pés,
caí no chão
e conheci um menino chamado João,
que chapinhou em mim
e brincou até mais não.

Desci como se fosse num escorrega,
e fui parar a um rio,
para o lado do meu tio,
e do meu antigo colega.

O seu nome,
era rio Douro,
encontrei uma família
aquele lugar era ouro!

 

Lá dentro senti-me suave, livre,
uma sensação que nunca tive,
mas continuei a crescer
e vi muitas gotas a nascer.


O rio sempre conversando,
com uvas e terra
jurando nunca parar,
prometendo tudo
 ir transformando.

Tinha vinhas
por todo o lado,
e todos os dias
era elogiado.

  -Tu és maravilhoso,
muito esplenderoso!
Tu és um rio
mas muito poderoso!

Na verdade,
era inteligente,
sonhava ser cantor
e alegrar toda a gente.

Depois de muitos anos,
conheci os seus cantos,
o fundo magnífico,
as águas ondulantes
e correu por entre vinhedos
e por tintos mantos.

O rio Douro
rio ibérico,
conhecido no mundo infinito.
Ele é o nosso embaixador,
é o nosso encanto,
é um património,
um paraíso
um recanto
deixa, quem o vê,
ecos de louvor!


Catarina Guedes – 5º B
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego