domingo, 7 de abril de 2013

A aventura de Lourenço...


 
Vai iniciar-se a “Semana da Leitura 2013”, no Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego. Aproveito esta ocasião para vos sensibilizar, alunos, pais, professores e outros elementos da comunidade educativa, para a leitura de uma obra infanto-juvenil, apresentada no passado dia 6 de Abril, em S. João de Tarouca.
Esta obra, cujo texto foi criado por João Pedro Mésseder, e que contou com as ilustrações de Elsa Lé, surge baseada na lenda da fundação do mosteiro de S. João de Tarouca e conta a história de Lourenço, um menino corajoso, humilde e fiel à sua palavra perante o seu pai já velhinho e doente, que empreendeu uma viagem até essa localidade, para entrar no mosteiro como noviço. Estava-se no ano de 1156, altura em que D. Afonso Henriques se empenhava em conquistar terras aos mouros, a chamada Reconquista Cristã. A nossa região possui muitos testemunhos da sua passagem e foi precisamente nesse tempo que Lourenço decidiu empreender uma viagem perigosa e muito atribulada, em cima de um burrito, o Torneol. Foram muitas as aventuras e os perigos, mas tudo venceu com a sua bondade e desejo de alcançar aquilo que tinha prometido ao seu pai.
Se lerem “A História de Frei João da Esperança” (passou a chamar-se assim quando entrou no mosteiro como noviço), irão ter uma lição de história sobre a nossa região do século XII e, essencialmente, descobrir o valor da palavra e reconhecer que tudo se consegue quando temos força de vontade e sabemos aceitar as coisas menos boas da vida.
A obra é complementada com um CD, onde consta uma canção traduzida em inglês e em francês. Convido-vos a saborear a história e a música que nos faz reviver o ambiente daquela época longínqua.

Aqui fica o seu começo:

                         “Uma história vou contar, eya,
                         de um menino sem par, eya.
                         Vivia longe do mar, eya,
                         num moinho a trabalhar…”

        Isilda Lourenço Afonso

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A Gotinha gira... gira...


Gotinha, gotinha,
Água me vais dar,
Para quando tiver sede
A poder saborear.

 
Sede já não vou ter,
Fome também não.
Gotinha, gotinha,
Estás no meu coração!

 
Gotinha, gotinha,
Contigo estarei,
Sempre a teu lado,
De ti nunca me afastarei.

 
- Gotinha, gotinha,
Onde estarás?
- Estou aqui sentada,
A ler um cartaz.

 
Gotinha, gotinha,
Menina brincalhona.
Escondeste-te de mim,
És uma espertalhona!

 
Gotinha, gotinha,
Menina traquina.
És muito fofinha
E muito pequenina.


Gotinha, gotinha
O sol a beijou,
Sorriu, sorriu
E ela, evaporou…

 
Gotinha, gotinha,
Não me deixes constipar,
Preciso de um guarda-chuva
Até a tempestade acalmar.

 
A gotinha de água
Caiu, caiu…
Veio ter à minha mão
E sorriu, sorriu!

 
 
A gotinha de água
É muito engraçada,
Caiu na terra
E deixou a flor molhada.

 
A gotinha sonhou
Que era uma cascata a saltitar,
Um rio a correr,
E no mar a descansar.

 
A gotinha de água
Amizade nos vai trazer,
Todos juntos em harmonia
Amigos vamos ser!

 
A gotinha separou
A paz da guerra.
As coisas boas das más
Para haver compreensão na Terra!

 
Gotinha, gotinha,
O mundo quero conhecer,
Com a tua ajuda
O vou compreender…

 
Gotinha, gotinha,
Contigo vou sonhar.
Nunca te vou deixar sozinha
Até o mundo acabar!

                                                                                           Francisca – 6º 4

Um mundo para descobrir!


O diretor da revista Aquamare, publicada mensalmente no Reino dos Mares da Índia, o Tubarão Barbatana Azul, decidiu que a jornalista Baleia Sandy (conhecida como a Rainha do Mar), deveria entrevistar a belíssima Sereia Aquare, um ser que a todos intrigava por aquelas paragens, mas com quem ninguém ousava falar por ser tão altiva e com comportamentos que a todos intimidava.
Ora, como o Tubarão Barbatana Azul sabia que a sua jornalista preferida, a Baleia Sandy, era alguém com quem qualquer ser marinho simpatizava facilmente, propôs-lhe este desafio para dar a conhecer a todos aqueles que ali viviam este ser estranho, mas belo, a Sereia Aquare. Seria um risco, mas a Baleia Sandy nem pestanejou.
Dirigiu-se ao local mais frequentado por ela, o rochedo verde e macio, que tanto seduzia turistas, junto à orla costeira, numa bela tarde de calmaria em que o sol brilhava intensamente. Pediu-lhe um pouco de atenção para as questões que lhe iria colocar e, para que mais se envolvesse na conversa, disse-lhe que poderia ler essa entrevista no mês seguinte, na revista Aquamare, bem conhecida de todos quantos por ali habitavam e conviviam. A Sereia acedeu ao convite e sabia que podia confiar na Baleia Sandy.
Baleia Sandy – Muito boa tarde! Sou a Baleia Sandy, a Rainha do Mar. Eu e todos os seres que por aqui aparecem ou vivem, temos alguma curiosidade em saber algo sobre si. É um ser um pouco diferente de todos nós, mas tenho a certeza que não se vai importar que nós saibamos algo sobre si, não é verdade? Como se chama?
Sereia Aquare – Eu, eu.., eu… chamo-me Aquare! Estou, es… tou admirada com o que me diz. Até fiquei assustada! Julguei que os seres deste mar me ignorassem e até já tive momentos muito tristes. Senti-me rejeitada por vós e afinal parece que não é verdade…
Baleia Sandy – O que a fez vir para estes mares, estes rochedos e não outros lugares?
Sereia Aquare – Bem… eu vivia no Mar das Sete Estações, mas descobri que o meu pai, o Rei Búzio, andava a prender nas masmorras do seu castelo de anémonas os empregados que limpavam o mar. Quando soube disto fiquei muito desapontada com ele. Além disso, disseram-me que ele prendera a minha melhor amiga, a Flora, uma menina que sempre viveu no mar (precisou da minha ajuda para sobreviver). Por acaso, numa conversa com uns golfinhos, soube da existência deste novo paraíso marinho, o Mar Arco-Íris, o vosso mar. Decidi logo vir para cá viver e tentar esquecer o que de perverso fizera o meu pai. Foram dias muito dolorosos de adaptação. Parecia que todos vós fugíeis com medo de mim!
Baleia Sandy – É uma história triste!... Há quanto tempo está no Mar Arco-Íris?
Sereia Aquare – Se bem me lembro, acho que já lá vai um mês, mais ou menos, não acha?
Baleia Sandy – Sim, suponho que será isso. Quer dizer que já conhece o sabor das nossas águas, deu conta da harmonia que paira entre todos nós… O que acha?
Sereia Aquare – É realmente maravilhoso! Nunca na minha vida de sereia vi uma coisa assim! Este mar, quer dizer, o oceano das mil cores, é tão transparente e brilhante! Parece vidro cristalino que deixa passar os reflexos e as cores reais de todos os que aqui passam ou vivem. É algo que já não via há muito! Deve ser muito bem tratado, com toda a certeza!
Baleia Sandy – Limpamo-lo duas vezes ao dia! Todos os peixes têm esse cuidado na sua conservação. Até mesmo os marinheiros e pessoas que por aqui passam, em cruzeiros, nem se atrevem a lançar nada que o polua, pois a transparência e o brilho das águas encantam-nos de tal modo que todo o lixo que possivelmente tivessem intenções de lançar a este mar, guardam-no para o sítio adequado.
Sereia Aquare – Ora, então toda a gente o trata convenientemente e se preocupa com a manutenção destas caraterísticas. Nunca vi gente tão amável e zeladora do mar. Eu sou uma admiradora das águas marinhas e sempre me indignei e revoltei contra aqueles que só sabem provocar o mal e nunca respeitam este bem que a Natureza nos deu. Acho mesmo que o mar será o futuro do planeta Terra, mas quem é que liga às palavras de uma sereia?
Baleia Sandy – Por tudo o que me está a dizer, sente-se muito bem por estas paragens e ao pé de todos nós!?
Sereia Aquare – Claro que sim, este mar tem ótimas condições de vida e já não há muitos lugares marinhos onde uma simples sereia se sinta realmente feliz!
Baleia Sandy – A viagem que fez correu bem ou teve muitas dificuldades como os marinheiros portugueses há muitos e muitos anos?
Sereia Aquare – Correu muitíssimo bem e descobri paisagens muito bonitas e fantásticas. Vi uma estrela cadente pousada à minha frente à superfície da água, também vi o pôr do sol entre as montanhas e brilhava, brilhava… Assisti a corridas desenfreadas entre peixinhos nas suas brincadeiras do esconde-esconde… Vi, vi… coisas que nem consigo já descrever.
Baleia Sandy – Durante a viagem, de que é que mais gostou?
Sereia Aquare – Bem, gostar, gostar mesmo… Acho que adorei ter assistido ao nascimento de um golfinho azulinho, azulinho. Foi mesmo um acaso, mas que me fez pensar como é tão difícil ser mãe. Custou bastante ao golfinho-mãe. Eu apenas lhe pude dar coragem para enfrentar as dores. Acompanhei o processo todo. Foi lindo, lindo!
Baleia Sandy – Tem a certeza que vai viver em paz nestas paragens, que vai sentir-se feliz?
Sereia Aquare – Pelo que já vivi e presenciei, não tenho dúvidas. Espero ter mais com quem falar, com quem conviver e até ajudar todos os seres que aqui vivem. Com o meu canto vou tentar seduzi-los para verem que eu sou alguém interessante e o meu canto com a música dos corais vai ajudar a aproximarmo-nos. Tudo vai mudar e então este mar vai ser uma atracão para muitos seres e pessoas. Vou ter uma vida calma e de qualidade. Conto consigo para me ajudar nesta tarefa.
Baleia Sandy – Claro que pode contar comigo e com todos os que aqui vivem. Agora para terminar: o que gostaria de dizer a todos os que ainda não conhecem este lugar que tanto preservamos e de que tanto nos orgulhamos?
Sereia Aquare – Eu aconselho-os a visitar este lindo e paradisíaco lugar marinho ou mesmo (é uma sugestão) mudarem-se para cá. É um sonho estar aqui. Só vendo e sentindo…
Baleia Sandy – Então, seja bem-vinda e que continue a ser feliz junto de nós. Obrigada por todos os seus testemunhos. Até breve.
Sereia Aquare – Obrigada por este momento. Fiquei ainda mais feliz por saber que todos se preocupam comigo. Eu também me preocupo convosco.

Ana Filipa Duarte, Nº 2 – 6º 4