domingo, 16 de outubro de 2016

Redesenhar o Douro com os Marcos Pombalinos

A formação cívica dos jovens pode agir como uma ponte entre as culturas e servir como chave mestra na promoção da interculturalidade e da compreensão dos povos. Transmitir valores patrimoniais às crianças e jovens, para além do respeito pelo que é seu, da sua comunidade, também é a constatação do que é diferente da sua realidade; em suma, reconhecer a diversidade do mundo, ajuda a criar ambientes propícios ao diálogo, à partilha e à Paz no mundo.
Investir em recursos culturais locais, incluindo o tradicional conhecimento e habilidades, bem como música, dança, teatro e festivais, desenvolve a criatividade abre oportunidades aos jovens e ajudar a fortalecer a identidade e coesão social que constituem verdadeiros desafios hoje.
Durante o ano letivo 2015/2016 as escolas pertencentes a esta região foram convidadas a participar no concurso “Douro Património Mundial – Redesenhando os Marcos Pombalinos”, promovido pela Liga dos Amigos Douro Património Mundial, apresentando desenhos ou maquetes que ilustrassem estes autênticos monumentos da nossa região, dando-lhes o seu cunho pessoal, artístico e criativo, numa perspetiva de alguém com o olhar de quem ama e aprecia as suas raízes e o saber dos que tanto labutaram por uma região protegida e reconhecida pela UNESCO.
Os trabalhos foram muitos e de difícil escolha por parte do júri. Finalmente, no passado dia 1 de outubro, no belíssimo Auditório da Câmara Municipal da Régua, os prémios foram entregues, numa cerimónia que juntou os vencedores, pais, comunidade educativa e representantes das escolas. Foram atribuídos prémios a alunos dos 2º e 3º ciclos e secundário.
A qualidade excelente dos trabalhos mereceu o elogio de todos, constatando-se que mesmo os participantes mais novos conseguiram interpretar e transmitir como estes testemunhos – os marcos pombalinos – são a prova de que a nossa região ainda tem muito para nos ensinar e para nos fazer (re)descobrir. A aluna Maria Dinis Tenreiro, do Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego, foi uma das vencedoras do 2º ciclo com um desenho que ilustrou o seu conhecimento e criatividade num trabalho interdisciplinar que envolveu Educação Visual, História e Português. Valeu o esforço e a persistência da aluna mostrando que o seu Douro tem muitos tesouros para ela e os colegas conhecerem, redesenharem e reinterpretarem.
Iniciativas como as que a LADPM têm vindo a promover deverão ser acarinhadas e constituírem uma forma de envolvimento dos jovens naquilo que mais os une – o património, o saber e a cultura.  

Isilda Lourenço Afonso
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego