segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A magia da dança

Era uma vez uma bailarina que sempre sonhou vir um dia a utilizar sabrinas de pontas. Na verdade, essa bailarina era eu.
Tudo começou quando tinha 3 anos. A minha mãe inscreveu-me no ballet. Eu só via (só pensava em) pontas para um lado, pontas para o outro ..., por isso só sonhava em tê-las, em vê-las e tocar-lhes.
Certo dia, quando já tinha quase 10 anos, ei-las! Ali mesmo à minha frente, lindíssimas, perfeitas e sedutoras! Algo de mágico acontecera! A magia ia começar nos meus pés que há muito tempo me pediam algo que me pudesse pôr a girar, a fazer piruetas, a levar-me para outros cenários dignos de quem aprecia e ama a dança.
Comecei a apertá-las e, de repente, girei, girei, girei ...  Fui parar a Londres, precisamente no palco onde decorria um espetáculo organizado pela Royal Academy of Dance. Eu não sabia nem um terço da dança, mas como as pontas eram mágicas, obrigaram-me a dançar ao som da música. Estava espantada, mas, ao mesmo tempo, assustada, porque não sabia bem o que é que os meus pais iriam pensar, sabendo que eu não estava na aula de ballet.
Tentei descalçá-las, mas não consegui. Começaram novamente a girar e, desta vez, fui parar ao Porto, numa loja fantástica onde as bailarinas giram, giram, giram em guarda-joias antigos e modernos para decoração e guardar as pedras preciosas e outros objetos que as meninas e as senhoras tanto apreciam. Enquanto se embelezam com as suas joias, as meninas e as senhoras ouvem a música e veem as bailarinas dançarem ao som dessa música que tilinta pelas suas casas. Eu era uma bailarina bem vaidosa e elegante e estava bem à vontade na dança, porque a música já não me era estranha.
Tanto girei que, de súbito, vejo aparecer à minha frente um príncipe encantado no seu belo cavalo branco para dançar comigo. Era nem mais nem menos que o meu querido irmão, que vinha de skate, para me ajudar a sair daquela caixinha. Acabada a dança, fomos para casa e apercebi-me que tinha sido só um sonho, pois só no dia em que festejei os meus 10 anos é que passei a usar as sabrinas de pontas.
Mas valeu a pena ter-me acontecido um tão mágico sonho!

Maria Dinis Tenreiro - 6.º B
Clube de Escrita Criativa
Agrupamento de Escolas latino Coelho, Lamego

Observando o mar

Este texto nasceu da observação de três imagens que a nossa professora nos apresentou. Depois de muito diálogo no grupo e discussão, elaborámos um esquema das ideias e construímos uma história.
Foi uma atividade que nos desafiou, tal como o mar nos desafia sempre que o observamos.


No dia 13 de junho de 1999 nasci. Os meus pais chamaram-me Rui Lourenço Pessoa por ter um aspeto curioso e um pouco louco.
Certo dia de inverno, fui até à praia. Sem ninguém contar, ouvi uns gritos vindos do mar, mas do seu interior, como se um queixume de alguém magoado ou doente estivesse ali bem audível.
- Ajudem-me, ajudem-me. A minha irmã está a ficar sem forças e a perder a sua vida ainda tão jovem. Não quero que ela morra, não é justo! Ajudem-me. Help
Foi então que decidi concentrar-me, ver bem se conseguia vislumbrar quem seria. Contudo, os gritos eram tão aflitivos que nem pensei mais e ... inspirei fundo de modo a encher bem os pulmões de ar e atirei.me pela água do mar adentro. Não precisei de nadar muito tempo debaixo de água para encontrar quem assim chamava desesperadamente.
Vi uma tartaruga que puxava com toda a firmeza e confiança uma outra e tentava transportá-la com todos os esforços para terra.
- O que aconteceu? - perguntei eu.
- Estávamos a brincar e, subitamente, um sapato de salto alto veio contra os olhos da minha amiga Tatu e ela acabou por perder os sentidos. Não sei como é que consegui forças para gritar e pedir ajuda. Foi mesmo um desastre, uma catástrofe para ela. Este lixo e outro que anda por aí está a dar cabo de todos nós. Já nem se pode passear sem perigos e desfrutar da beleza do fundo do mar!... 
- Tens toda a razão - concordava eu. - Eu e outras pessoas também somos os grandes causadores destes problemas, mas garanto-te que isto vai mudar.
- Pois, mas os Homens andam sempre a dizer que vão mudar e tratar desse lixo marinho que nos mata, mas não temos visto nada - queixava-se a Tapi que tentava salvar a sua amiga Tatu.
- Agora vamos tratar desta situação. Tudo se vai resolver - tentei eu acalmar a Tapi.
Fui a correr o mais que pude, quase ia perdendo os meus óculos à Fernando Pessoa (sou seu fã). No primeiro bar de praia que encontrei pedi gelo. Corri imediatamente para junto das pobres tartarugas indefesas, coloquei com muito cuidado o gelo e esperei que a pouco e pouco a tartaruga recuperasse os sentidos.
Passadas algumas horas, a Tapi continuou a insistir:
- O mar não é assim tão bonito como pensas! Está tão cheio de lixo e produtos tóxicos que por vezes já temos dificuldade em respirar e em escolher o que comer. É uma tragédia! Só quero que vós, humanos, o protejam, que tu sejas o primeiro a dar esse exemplo e contes o que nos aconteceu a todas as pessoas.
Doendo-lhe ainda os olhos, dei os óculos do meu pai à Tatu (fui buscá-los a casa enquanto ela reanimava), ainda meio a cambalear e com dificuldades em ver onde estava e para onde ia. Podiam ser uma ajuda e o meu pai já não os usava. Sempre seriam mais úteis do que estarem guardados na caixa das peças antigas!
As duas amigas regressaram ao seu habitat e, à medida que entravam na água, iam acenando em sinal de gratidão.
A partir desse dia, eu e muitos colegas e pessoas que se interessam pelo mar, criámos uma campanha para alertarmos toda a gente para a importância de não poluirmos e respeitarmos o mar. Faz tu também algo pelo mar.

Matilde, Maria Dinis, João Pedro e Gonçalo - 6.º B
Clube de Escrita Criativa
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego 

Música no espaço

Era um jardim verdejante e cheio de música de passarinhos e outra bicharada.
Naquele jardim espacial, a música soava por todos os lados, por todos os recantos do espaço universal. Essa bicharada organizava e apresentava muitos espetáculos. Criaram mesmo uma banda com o nome "Bicharada Espacial". 
Esta banda foi convidada a atuar em Marte porque os marcianos eram fãs dos seus concertos bem animados.
No dia do espetáculo, enquanto viajavam em direção a Marte, começaram a chover meteoros, repentinamente. A banda conectou os seus amigos marcianos pedindo-lhes ajuda por estarem numa situação de muito perigo. Era mesmo uma tempestade muito forte com objetos sem rumo e de muita perigosidade.
Os marcianos, preocupados, procuraram ajuda em todos os planetas. De imediato, começaram a pensar num plano para resgatar os seus ídolos favoritos.
Começaram por construir um guarda-meteoros para salvarem a sua banda. Pegaram nas suas naves, ativaram o guarda-meteoros e foram socorrer os seus ídolos musicais.
Quando os marcianos chegaram à nave tripulada pelos elementos da banda, viram-nos muito assustados. Fizeram-lhes um sinal e, a banda, já muito amedrontada, reparou que os seus fãs estavm ali para os salvar. Observaram melhor e deram conta da invenção que parecia protegê-los da maldita chuva de meteoritos.
O líder da banda era o leão Matias que anunciou a todos:
- Caros companheiros, amigas e amigos. Chegaram os nossos salvadores desta tempestade horrorosa e perigosíssima.
Os marcianos colocaram o guarda-meteoros por cima das duas naves de forma a que todos ficassem bem protegidos.
- Não se preocupem! Estão a salvo deste lixo que constantemente nos perturba e nos enlouquece. Com esta proteção e a nossa condução a guiar-vos, fica o caminho totalmente seguro para chegarem ao nosso mundo e poderem atuar para alegria de todos os marcianos - informou o Marcy que era o comandante desta ajuda.
- Obrigado, caros amigos, por nos terem salvado desta "salgalhada". Sem vós não saberíamos como iríamos chegar ao vosso planeta e podermos dar-vos o prazer de nos ouvirem e até de dançarem de alegria! - agradeceu o leão Matias em nome de todos.
A banda chegou, finalmente, a Marte, para poder preparar o seu concerto e alegrar aqueles que os esperavam ansiosamente.
Tudo ficou encantado, em silêncio de amigos e de paz.

Maria Inês e Sara - 6.º B
Clube de escrita criativa
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego