domingo, 28 de maio de 2017

Um (Re)Encontro com a Literatura



A literatura é um dos aspectos mais importantes para a criança como ponto de partida para aquisição de conhecimentos, meio de comunicação e socialização.
A leitura e a escrita sempre representaram as ligações mais significativas do ser humano com o mundo. Lendo reflete-se e presentifica-se na história. O homem sempre realizou (e continua a realizar) uma leitura do mundo. Quando dizemos ler ou escrever, referimo-nos a todas as formas, tipologias e géneros que transmitem o pensamento, a opinião, a criatividade e a emoção de quem deseja colocar o outro perante o mundo e perante si mesmo. É de todos nós conhecida a frase que revela o que de mais crucial a literatura e a escrita provocam: “Lendo ou escrevendo tornamo-nos mais humanos e sensíveis.”
Com estes breves pressupostos sobre o mundo imenso e inacabado da literatura queremos aqui elogiar uma iniciativa local que muito contribuiu para que crianças e jovens do concelho de Lamego pudessem pôr à prova a sua criatividade, mas, sobretudo, o seu conhecimento e sensibilidade sobre algo que representa a nossa região, as nossas raízes e o conhecimento da realidade numa perspetiva literária: a cereja.
Estamos a falar da 7.ª Montra da Cereja da Penajóia. O desafio lançado às escolas pela AMIJÓIA e a Junta de Freguesia da Penajóia, em articulação com a Rede de Bibliotecas de Lamego, revelou-se um sucesso. O 1.º concurso de Poesia da Cereja da Penajóia não foi apenas um evento para preencher cartaz. Foi algo que evidenciou vivamente, através da escrita de poemas, o conhecimento, a criatividade e o sentido de pertença a uma região nobre e de valor patrimonial que não se perde nos tempos. A aluna do Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Eduarda Marques (6.º ano A) deliciou o júri com as suas palavras, as suas rimas e quem esteve presente na cerimónia de entrega dos prémios. A cereja foi mesmo rainha nas palavras e no sentir destes alunos.
Obrigado aos organizadores e desejamos que continuem a promover este tipo de iniciativas com as escolas envolvendo todos aqueles que desejam que a cultura e a identidade desta região não sejam esquecidas. A literatura une-nos e transforma-nos. Ora reparem apenas nestas palavras do poema da Eduarda:
“Redondinha, redondinha, 
 não deixes que te esqueçam. 
 Olho o Douro lá em baixo 
 sempre, sempre 
 à espera que apareças!”

Isilda Lourenço Afonso
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego

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