A literatura é um dos aspectos mais importantes para a
criança como ponto de partida para aquisição de conhecimentos, meio de
comunicação e socialização.
A leitura e a escrita sempre representaram as ligações
mais significativas do ser humano com o mundo. Lendo reflete-se e
presentifica-se na história. O homem sempre realizou (e continua a realizar) uma
leitura do mundo. Quando dizemos ler ou escrever, referimo-nos a todas as
formas, tipologias e géneros que transmitem o pensamento, a opinião, a
criatividade e a emoção de quem deseja colocar o outro perante o mundo e
perante si mesmo. É de todos nós conhecida a frase que revela o que de mais
crucial a literatura e a escrita provocam: “Lendo ou escrevendo tornamo-nos
mais humanos e sensíveis.”
Com estes breves pressupostos sobre o mundo imenso e
inacabado da literatura queremos aqui elogiar uma iniciativa local que muito
contribuiu para que crianças e jovens do concelho de Lamego pudessem pôr à
prova a sua criatividade, mas, sobretudo, o seu conhecimento e sensibilidade
sobre algo que representa a nossa região, as nossas raízes e o conhecimento da
realidade numa perspetiva literária: a cereja.
Estamos a falar da 7.ª Montra da Cereja da Penajóia. O
desafio lançado às escolas pela AMIJÓIA e a Junta de Freguesia da Penajóia, em
articulação com a Rede de Bibliotecas de Lamego, revelou-se um sucesso. O 1.º
concurso de Poesia da Cereja da Penajóia não foi apenas um evento para
preencher cartaz. Foi algo que evidenciou vivamente, através da escrita de
poemas, o conhecimento, a criatividade e o sentido de pertença a uma região
nobre e de valor patrimonial que não se perde nos tempos. A aluna do
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Eduarda Marques (6.º ano A) deliciou o júri com as suas palavras, as suas rimas e
quem esteve presente na cerimónia de entrega dos prémios. A cereja foi mesmo
rainha nas palavras e no sentir destes alunos.
Obrigado aos organizadores e desejamos que continuem a
promover este tipo de iniciativas com as escolas envolvendo todos aqueles que
desejam que a cultura e a identidade desta região não sejam esquecidas. A
literatura une-nos e transforma-nos. Ora reparem apenas nestas palavras do
poema da Eduarda:
“Redondinha,
redondinha, não deixes que te esqueçam.
Olho o Douro lá em baixo
sempre, sempre
à espera que apareças!”
Isilda Lourenço Afonso
Agrupamento de Escolas Latino
Coelho, Lamego
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