sexta-feira, 4 de abril de 2014

Um hotel assombrado



Num belo dia de primavera, abri a janela do meu quarto e vejo um lindo e melodioso melro numa cerejeira. Bem, vários melros numa cerejeira, melros a mais! Que estranho!
Decidi segui-los. Não sabia para onde iam, mas como sou curiosa… Foram ter a uma casa que era fantástica: grande, bonita e bem pintada…
Entrei, parecia uma casa saída dos livros que tenho lido! Fiquei sem palavras. A casa era luminosa, tinha uma mobília cheia de feitios, sinceramente parecia que estava dentro de um dos meus livros!...
Até que começou a chover torrencialmente e a coisa ficou feia: não conseguia ir para casa, teria de passar o dia naquela casa misteriosa.
Entrei em todos os compartimentos: a cozinha parecia dos anos 70, nos quartos (e havia muitos quartos) havia papéis como se estivesse num hotel, uma secretária, perto da entrada, idêntica à receção de um hotel… Só podia dizer uma coisa: estava num hotel abandonado! Mas estava em tão bom estado!...
Chegou a noite, entrei num quarto e deitei-me em cima da cama. Não conseguia dormir com a chuva a bater na janela e a fazer estalidos no chão. Ouvi, então, um barulho que vinha de uma torre, onde eu ainda não tinha entrado. Já que não conseguia adormecer, fui espreitar um pouco. Subi as escadas em caracol, que mais pareciam um escorrega, e cheguei ao topo.
Dei de caras com um desconhecido. Agora tudo fazia sentido. Aquele homem tinha vindo a tratar do hotel, por isso estava em tão bom estado. Era um homem de estatura média, nem gordo nem magro, com olhos castanhos, barba e com pouco cabelo. Usava uma camisola azul, calças pretas e umas sapatilhas de um azul escuro como a água do mar à noite.
- Quem te guiou até aqui, minha menina? – perguntou com uma simpatia do outro mundo.
- Os melros – disse eu, com um pouco de medo.
- Ai que marotos! – exclamou o homem.
Passado este momento de conversa, demos conta que já éramos amigos, ou melhor, grandes amigos. A chuva parara, o sol abrira e espreitava por entre as nuvens.
- Bem, vou para casa. A minha mãe deve estar preocupada comigo ao dar conta que não dormi em casa! – declarei eu, apressadamente.
- Catarina, Catarina, acorda, tenho de te levar à escola! – chamava a minha mãe.
Eu sabia que não era real. Fora tudo na minha cabeça. Mas ao ir para a escola, vi que estavam a construir um hotel no mesmo lugar dos meus sonhos…


 Catarina Guedes - 5º B
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego

3 comentários:

Anónimo disse...

Um texto muito bom, cheio de aventura e despertando a curiosidade de quem o lê. Parabéns
Mónica Ferreira

Anónimo disse...

Parabens foi fantástico!!

Ana Guedes

Anónimo disse...

Extraordinário! Um texto carregado de magia e imaginação. Nunca desistas de escrever. Parabéns!
António Ferreira