Estamos novamente de parabéns!
Dois alunos da turma B do 5º ano, do Agrupamento de Escolas Latino Coelho, de Lamego, conseguiram menções honrosas no concurso nacional "Uma aventura literária 2014", da Editorial Caminho. É mesmo mérito, uma vez que só são atribuídos três prémios, num concurso em que paraticiparam mais de 10000 trabalhos. Conseguir uma menção honrosa é algo de relevante e de ter em conta a qualidade dos textos por parte do júri.
Parabéns, meninos, e continuem a escrever. Nunca se cansem nem desistam.
Aqui ficam os textos para todos apreciarmos.
A minha irmã
A minha irmã nasceu no dia 20 de janeiro de 2006 e chama-se Ana Luísa .
Quando ela
nasceu, eu tinha quase três anos. Fui vê – la ao hospital. Gostei muito de a
conhecer. Tinha uma carinha rechonchuda e vermelhusca, mas umas perninhas de
alicate. A minha mãe disse que ela me tinha trazido um presente do qual eu
gostei muito, muito, muito! Eram uns cubos enormes e super coloridos para
montar, tipo puzzle. Surgiam assim, grandes e vistosos animais da quinta.
Passados alguns
dias veio para casa. Era muito, muito, muito pequenina. Gostava de ajudar a
minha mãe a dar – lhe o banhinho diário e a mudar – lhe a fralda.
No dia do seu
batizado, tinha um fatinho espetacular mas não me parecia que ela gostasse muito,
porque quando o vestiu choramingou. Durante a cerimónia mal a deixei estar ao
colo da minha mãe. Recambiei – a para o colo da sua madrinha. Eu também queria
o colinho da minha mãe!...
Os anos foram
passando e ela crescendo, crescendo, crescendo…e, é claro, eu também! Fomos
sempre muito amigos, brincámos sempre muito e zangámo – nos algumas vezes.
Andámos juntos
no infantário. Lembro-me quando ela me chamava à hora do almoço ou quando me
via. Também andei com ela no Centro Escolar. Só a costumava ver à hora do
almoço e dizia – lhe sempre adeus. Ela ficava toda contente e acenava – me
também.
Agora já anda na
escola primária, no 2º ano e tem 7 anos. É um pouco resmungona, mas muito
brincalhona ...
Costumo brincar
muitas vezes com ela e realizamos vários jogos, com as suas bonecas, às
professoras e, aos fins de semana com a PS3. Algumas vezes ajudo – a nos
trabalhos de casa .
O que ela gosta
mais de fazer é brincar com as «Pinypon no hotel». Por vezes também me
divirto com estas bonequitas. O que
gosta menos de fazer são os trabalhos extra que a minha mãe lhe marca, em casa (odeia
os de matemática e às vezes resmunga muito, muito, muito por não os querer ou os
não saber fazer).
Na escola tem
muitas amigas . Gosta muito delas e de brincar com elas. Às vezes trá– las cá a
casa e deixam tudo do avesso. As que ela mais gosta chamam – se Ana Margarida ,
Dana e Sara.
Quando se vão embora, eu e a minha irmã ajudamos
a minha mãe a arrumar tudo. A minha irmã frequenta a academia de música de
Lamego. Gosta muito de cantar e fá - lo muito bem!
Também anda numa escola de ballet e
tenho–a visto dançar muito bem, em
vários espetáculos da escola no Teatro Ribeiro Conceição.
Sinto
muito orgulho nela.
E é
por tudo isto que gosto imenso dela!
Alexandre Laia - 5º B
O tesouro
Era uma vez um
menino chamado Luís. O Luís era um menino muito aventureiro e destemido, mas
acima de tudo era um sonhador. Andava sempre com a cabeça no ar a pensar em mil
e uma coisas e a sonhar acordado com mil e uma aventuras.
Esta sua maneira
de estar trazia-lhe repreensões constantes da sua mãe, sempre preocupada com as
consequências futuras daquilo que parecia tratar-se de uma constante fuga à
realidade. Assim, não eram raras as vezes em que as repreensões se
transformavam em castigos e, ora o Luís se via privado de algumas das coisas
que mais gostava ora era obrigado a fazer as coisas que mais detestava.
Os anos foram
passando e o Luís, apesar de compreender algumas das preocupações da sua mãe,
não conseguia deixar de ser sonhador e ter a sua cabeça sempre recheada dos
mais variados sonhos. Já a sua mãe parecia não entender o porquê do seu filho
ter tantos sonhos e tão pouca preocupação com a realidade.
Eis que um dia
os pais do Luís tiveram de fazer uma viagem de trabalho. Como essa viagem ia
demorar três dias, ficou combinado que, durante esse tempo o Luís ficaria aos
cuidados da sua avó.
Apesar de estar
triste por os seus pais se irem ausentar, Luís ficou contente por poder ficar
algum tempo com a sua avó, de quem muito gostava.
A sua estada na casa da avó coincidiu com a
altura em que a avó estava a remodelar a sua casa. Como já era uma casa antiga,
precisava de algumas obras e pinturas. Estava tudo coberto com plásticos e a
casa estava "de pernas para o ar", como se costuma dizer! No meio de
toda aquela confusão, Luís encontrou uma caixa de lata verde com flores
coloridas gravadas na tampa. Parecia tratar-se de um objeto antigo. Movido pela
curiosidade, abriu a caixa e lá dentro encontrou vários textos amarelecidos
pelo tempo.
Que seria
aquilo? De quem seria aquilo?
Sentou-se num
dos bancos da cozinha e começou a ler os misteriosos textos.
Eram textos
maravilhosos sobre aventuras incríveis e sonhos sem fim. Ao mesmo tempo que lia
todas aquelas histórias, ia crescendo nele a vontade de conhecer o incrível
autor de tudo aquilo. Era maravilhoso! Quem quer que fosse que tivesse escrito
aquilo era tão, mas tão parecido com ele!
Afinal, não era
o único a ter sonhos e vontade de os viver, como se a vida se tratasse de uma
incrível e apetecível aventura!
Afinal havia
mais pessoas como ele! A sua mãe não tinha motivos para se preocupar, muito
menos para o repreender e castigar por ter excessos de sonhos!
Quando ela
voltasse da viagem, iria mostrar-lhe aquele pequeno tesouro!
Estava perdido
nos seus pensamentos, quando a sua avó apareceu para lhe lembrar que eram horas
do banho. Quando o viu com a caixa de lata na mão disse:
-Que estás a
fazer com a caixa dos sonhos da tua mãe na mão? Onde a encontraste?
-A caixa dos
sonhos da mi...da minha...da minha mãe?- gaguejou o Luís
-Sim, a caixa
dos sonhos da tua mãe. Onde estava? Tens de a levar para casa. A tua mãe vai
gostar de ler essas coisas tão giras que ela escrevia quando era da tua idade.
Eu estava
petrificado. Aquela caixa era da minha mãe? Como era possível? Não queria
acreditar...
-Avó...esta
caixa era da minha mãe, tens a certeza?
- Claro que
sim!- disse a avó
Luís pegou na
caixa e colocou-a com cuidado na sua mochila. Quando a mãe regressasse tinham
muito para falar. Se a caixa dos sonhos era da sua mãe, se ela era tão parecida
com ele quando tinha a sua idade, porque é que tinha mudado tanto e parecia não
o entender?
O tempo passou
depressa e os pais do Luís finalmente regressaram a casa.
Assim que pôde o
Luís chamou a mãe ao seu quarto e mostrou-lhe a caixa dos sonhos. Ao ver a sua
caixa nas mãos do filho, os seus olhos encheram-se de lágrimas!
-Filho!!! Já não
me lembrava desta caixa muito menos do que ela tinha lá dentro!- disse
emocionada.
-Mãe, tu já
foste como eu! Porque é que os teus sonhos morreram? Os adultos não sonham? Se
é assim não quero crescer...quero continuar a sonhar!
-Meu querido
filho! Os adultos sonham mas, a verdade é que, muitas vezes se esquecem dos
sonhos de criança. Ver esta caixa fez-me recordar o passado e perceber que não
devemos esquecer os nossos sonhos mais antigos e puros. A partir de agora vou
estar mais atenta a isso e prometo que não vou deixar que o quotidiano me roube
a capacidade de continuar a sonhar como antigamente.
Luís abraçou a
sua mãe com ternura.
A verdade é que,
nas muitas aventuras que já tinha vivido, nunca tinha encontrado um tesouro tão
valioso como aquele.