Pedro, desta vez, não ficou encolhido nos cobertores, dormia como um anjo numa nuvem fofa e quentinha, quando, de repente:
- Toc, toc, toc,...
Pedro acordou cheio de medo e sobressaltado.
- Quem é? - perguntou ele, muito baixinho (por isso Siroco não ouviu a pergunta).
- Toc, toc, toc ... - voltou.
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Pedro foi ver o corredor, mas não estava ninguém. Voltou-se e viu Siroco.
- Voltaste! Mas, olha, nunca mais me assustes assim. Pensei que era um monstro ou um zombi! - disse o Pedro.
- Queres vir dar uma volta de vento? - perguntou o vento Siroco.
- Claro! - respondeu o menino .- Mas posso levar o meu cão Didi?
- Sim, mas preciso do Suão - afirmou o vento. - Ei, Suão.
- O que é? - perguntou Suão.
- Levas o cão do Pedro?
- Claro! Falaste-me tão bem do Pedro!
- Obrigada, Suão - agradeceu o Pedro.
- De nada.
- Então, encontramo-nos amanhã às 10h em ponto.
Pedro quase não dormiu a pensar na viagem, mas acabou por adormecer...
Na manhã seguinte, Pedro levantou-se e foi tomar o pequeno-almoço, lavou o rosto, os dentes e vestiu-se. Foi ter com Siroco, juntamente com Didi e lá partiram.
De Lisboa, em casa do Pedro, foram para a Madeira. Viram danças, comidas e roupas tradicionais e até conheceram novos ventos: Cadi e a sua irmã Mili. Dali foram para o Brasil, onde viram futebol e papagaios que voavam e repetiam palavras e frases que ninguém percebia. E conheceram Tánia e Dádu, ventos muito engraçados.
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Lá foram, por último, para Nova York. Aí viram Jessi e Jonas, mais dois ventos que só sopravam em inglês, ou seja, americano. Era difícil entendê-los. Houve mesmo conversa muito suave. Não eram ventos perigosos. Até ficámos amigos e com a promessa de nos correspondermos, apesar das línguas diferentes.
Estavam cansados, mas conseguiram forças para regressarem a Lisboa e, mais devagarinho, apreciaram o Oceano Atlântico e as ilhas minúsculas que apareciam tão insignificantes.
Marta Colim Almeida - 5º A
AE Latino Coelho, Lamego