Nos gélidos dias de novembro, não havia vida naquela cidade.
Um rapazito vivia com a sua família, mas com muitas dificuldades. Não ia à escola nem brincava como os outros rapazes. Sentia-se triste e solitário.
Como o dinheiro escasseava, o rapaz pouco comia, mas todos os dias reconhecia que aquilo que tinha era de louvar e de aceitar.
Certo dia, decidiu pedir esmola. As pessoas (sempre ocupadas) não lhe davam qualquer importância. Veio para casa muito triste, mas alguém lhe deu uma boa nova: o pai tinha conseguido trabalho.
- Filho, amanhã vais à escola. Vamos esquecer as tristezas e dificuldades. Está na hora de aprenderes como os outros meninos - deu o pai a conhecer ao filho.
- Muito obrigado, pai. Sempre desejei aprender e mesmo fazer amigos.
No dia seguinte, preparou-se com a melhor roupa que tinha e dirigiu-se para a escola. Quando aí chegou, foi apresentado à turma pela professora. Reparou que todos os alunos que estavam presentes na sala eram mais novos do que ele...
À hora do intervalo, o rapaz não tinha ninguém com quem brincar. De repente, viu um menino que se acercou dele, com algum receio, e perguntou-lhe se ele queria juntar-se ao jogo que ele estava a fazer. Ele aceitou imediatamente. Viria a ser o seu melhor amigo.
Ao chegar a casa, a mãe perguntou-lhe:
- Como te correu o dia?
- Muito bem! Fiz um amigo.
- Ele é simpático? É bom para ti?
- Sim, é mesmo isso. É alguém que se mostrou companheiro e compreensivo.
Quando foi dormir, refletiu sobre o seu dia na escola. Tinha sido mesmo um verdadeiro dia de alegria.
No dia seguinte fez mais amizades, nomeadamente com os amigos do seu amigo. Divertiu-se muito com eles e, com o passar dos dias, meses e anos, o rapaz passou a ser alguém que gosta de viver e que venceu na vida com muito esforço.
Guilherme Santos, Diogo Osório e Cátia Monteiro
Clube de Escrita Criativa
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário