sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Fazer bem sem olhar a quem...



SAPO - Nunca mais vou conseguir sair daqui! Vou gritar muito alto até ficar cansado. Espero que alguém me ouça.
(A princesa Tebalda chega ao palácio com fome e chama a criada)
PRINCESA TEBALDA – Flora! Flora!
CRIADA FLORA – Sim, princesa, que desejais?
PRINCESA TEBALDA – Que demora! Obrigaste-me a gritar. Com o passeio, fiquei esfomeada.
CRIADA FLORA – O que deseja que lhe prepare?
PRINCESA TEBALDA – Quero cogumelos silvestres.
CRIADA FLORA – Desculpe, mas são raros e não há no palácio, só nas florestas e bosques…
PRINCESA TEBALDA – Do que estás à espera? Vai buscá-los.
CRIADA FLORA – Mas está a começar a escurecer. Será difícil encontrá-los. Não deseja que cozinhe outra coisa?
PRINCESA TEBALDA – Não, apressa-te e vai para a floresta.
(A criada chega à floresta e procura os cogumelos silvestres. Já cansada, de tanto andar e de procurar, senta-se numa pedra)
CRIADA FLORA – O que vai ser de mim? Estou tão cansada!
(Ouvem-se gritos e Flora vai na direção dos sons e chega à beira de um poço)
CRIADA FLORA – Está aí alguém?
SAPO – Sou um sapo. Não consigo sair daqui. Preciso de ajuda.
CRIADA FLORA – Como posso ajudar-te?
SAPO – Atira o balde que está ao lado do poço.
(Flora assim o fez)
SAPO – Obrigado! Salvaste-me a vida!
CRIADA FLORA – Tenho de apanhar cogumelos silvestres para o jantar da princesa Tebalda. Não os encontro e se regresso ao palácio sem eles sou severamente castigada.
SAPO – Não te preocupes, vou ajudar-te. Sei onde os encontrar. Segue-me.
CRIADA FLORA – Ficarei muito grata.
(Depois de caminharem um pouco, chegam a um pequeno vale com deliciosos cogumelos)
CRIADA FLORA – Muito obrigada; encontrei os cogumelos, mas também um amigo.
SAPO – Não tens amigos?
CRIADA FLORA – Poucos. No palácio há sempre muito trabalho. Não paro para conversar. Está a escurecer, tenho de regressar ao palácio. Adorava voltar a encontrar-te. Foi bom falar contigo. Vou ter saudades. Permites que te dê um beijo de despedida?
SAPO – Beijarias um sapo?
CRIADA FLORA – Especialmente a ti, que me ajudaste!
(Dá-lhe o beijo. Com este gesto, o feitiço quebra-se e a criada desmaia)
PRÍNCIPE LEANDRO – Acorda! Acorda!
CRIADA FLORA – Quem és tu? Onde está o meu amigo sapo? O que lhe fizeste?
PRÍNCIPE LEANDRO – Tem calma. Eu sou o teu amigo sapo. Fui enfeitiçado pela Bruxa Soletrina e o teu beijo quebrou o feitiço. Não voltes ao palácio da princesa Tebalda. Vem para o meu reino e casa comigo. Sou o príncipe Leandro.
CRIADA FLORA – Sim!!!
Flora beija o príncipe. Dias depois casaram e foram felizes enquanto viveram.

Catarina Teixeira - 5º A
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego


1 comentário:

Anónimo disse...

Muito criativo e bem escrito. Adorei a moral da historia.