quinta-feira, 14 de junho de 2012

Deuses da Europa de 2012

Numa aula de Português, a senhora professora Isilda Afonso esteve presente, a convite da nossa professora para mais uma aula de escrita criativa. Desta vez contou-nos a Lenda da Europa, uma vez que se enquadra no projeto Comenius que tem sido desenvolvido no nosso agrupamento. A partir do que ouvimos, várias propostas foram colocadas aos alunos para escolherem uma e escreverem algo baseado no que tinham acabado de escutar. Esta foi uma das produções que aqui fica para todos verem como podemos criar outra história, transportada para a atualidade.


Quando Zeus estava casado e com filhos, abriu-se um buraco no ar que os levou a todos para 2012. O problema era que tinham ido, agora, um para cada país europeu.
Zeus veio para Portugal, Minos, o minotauro, rei de Creta, deu por si em Espanha, o justo Rodomonte foi para a Ucrânia, Sarpédon para a Suiça e, por fim, Europa foi para a Itália.
O Minotauro acordou no meio de uma tourada, mas Pedrito de Portugal, o toureiro, atirou-lhe uma lança que apenas fez ricochete no seu corpo duro como pedra. Logo a seguir, Minos, em resposta, correu com ele do tourão e festejou.
Os habitantes de Pamplona foram todos embora.
Com os outros nada lhes correu bem: Sarpédon partiu uma perna a fazer esqui; Rodomonte levou uma bolada quando assistia ao Euro 2012; Zeus não se entendia com o facebook.
A sorte estava com Europa que estava a comer uma pizza e uns chocolates que tinha comprado numa loja!...
Passados alguns meses, estavam desesperados e destinados a ficarem no futuro para sempre!
Zeus andou à procura da solução até que chegou à E. B. 2, 3 de Lamego e entrou acidentalmente na sala 32, numa quarta-feira pelas 10h.
Lá esteve o 5º 7 a ter uma aula de Português!
Já na Suiça, Sarpédon tinha recuperado e estava a tentar telefonar a Europa, mas ouvia-se isto:
- “Desculpe, mas este número não está disponível. Deixe mensagem a seguir ao sinal…. Pit!”
- Sim, já percebi isso, mas onde estás? – perguntou Sarpédon, frustrado.
- Obrigado por usar o voice mail da Vodafone!
- Ah! O quê? – questionou Sarpédon.
Minos estava a ver TV na RTP Informação, até que mostraram um quadro sobre a lenda da Europa.
- A minha casa! – disse, atirando-se à televisão.
Zeus, ao entrar na sala 32, espantou a professora Ana Cristina e os seus alunos.
- Quem é o senhor? – perguntou a professora.
- Eu sei! – disse o Dinis. – é o grande deus grego Zeus!
Logo a seguir, a sala encheu-se de murmúrios.
- Ei! Podíamos construir uma casa grega para Zeus! – sugeri eu.
- Então e a Europa? E os meus filhos?
- Ouvi dizer que Minos está em Espanha, professora Ana Cristina! Podemos telefonar à Lara? Ela disse-me que ia a Espanha!
- Está bem, Gonçalo, telefona-lhe! Já agora, telefona aos pais do Pedro e da Sofia que estão em Itália, onde está a Europa, e para a Suiça, onde está Sarpédon.
A Ana Rita pôs o dedo no ar e sugeriu:
- Podíamos telefonar ao pai do Artur que está na Ucrânia!
Depois de todos os telefonemas se terem realizado, os amigos de Zeus estavam juntos e aí a professora mostrou-nos o quadro sobre a lenda da Europa em que esta estava a ser levada por Zeus e todos foram absorvidos para lá.
A seguir, rimo-nos. Que engraçado! Deuses gregos no 5º 7!...
Entretanto, a diretora de turma chega e diz:
- Que barulheira é esta?
- Mas não há barulho nenhum!- dizíamos nós, olhando uns para os outros.
- Então como é que eu ouvi este barulho?
- Bem…
Os alunos do 5º 7 responderam em coro:
- Todos nos íamos ver gregos para lhe explicar! – dissemos para seu espanto…

                                                                                                 Pedro Gomes - 5º 7


quarta-feira, 13 de junho de 2012

O mundo visto por mim

Com Comenius aprendemos que a educação deve basear-se na natureza para que consigamos compreender o que se passa à nossa volta e pensemos sempre no melhor para o nosso bem-estar na Terra. Acrescento que para vivermos num mundo pleno de alegria e em paz com todos, a compreensão e o respeito têm de nos acompanhar sempre.
O texto que vos apresento é uma reflexão bem profunda que decidi passar para todos vós. A natureza é fulcral, mas se os valores humanos não se puserem em prática, tudo o que Comenius nos quis transmitir pode mesmo não ser possível.

Às vezes sinto que nenhum dos meus amigos me compreende. Sinto que nenhum deles tem a capacidade de me perceber, de perceber o que sinto, o que penso… É como se …só o meu irmão e os meus pais me percebessem.
           É a primeira vez que escrevo a alguém o que sinto, nunca escrevi um diário… porque é como se eu contasse a minha vida a um estranho que pode zombar do que eu lhe conto. O que eu quero dizer é que, apesar da escrita ser o meu ponto de abrigo, onde ninguém me critica, é diferente… Não sei explicar, não me sinto à vontade… É como se o diário fosse o meu amigo, que eu lhe contasse tudo, mas que, depois, eu descobrisse que ele não era um  amigo, pelo menos verdadeiro, e que simplesmente contava aos meus amigos os meus segredos.
            Apesar de não gostar de diários tenho outro amigo, quer dizer outra amiga, eu. Simplesmente eu. Quando falo comigo mesma, consigo criticar-me, mas de maneira diferente. Tudo fica mais claro… Sinto que estou a falar com alguém que me compreende que sente o que eu sinto. Sinto que é um verdadeiro amigo, que não vai contar aos outros os meus segredos. É como se nos conhecêssemos desde sempre, alguém em que eu pudesse confiar verdadeiramente vendo que a vida é cheia de injustiças.
            A vida está cheia de injustiças, pelo menos é o que todas as pessoas dizem. Sinceramente não concordo. Nós, humanos, foi-nos dado tudo, fomos nós que deixamos a terra nestas condições ambientais, fomos nós que originamos estas crises, porque sempre gastamos mais do que tínhamos. Porque é que somos assim…? Às vezes dou por mim a pensar: será este o nosso futuro, viver na miséria do nosso coração? Não me refiro à pobreza, que já é um problema bastante grave, refiro-me à solidão. No nosso país, a maior parte dos idosos vive sozinha, sem os filhos, netos ou familiares e amigos. As pessoas mal se cumprimentam, mal se relacionam umas com as outras. Como é possível que o presente de todo o mundo seja assim… a solidão?
Não sei o que devo dizer… acho que neste momento a maior parte das pessoas em todo mundo dá mais valor aos bens materiais do que à felicidade, ao convívio com as outras pessoas, à alegria… O que será o nosso futuro, se o nosso presente já é tão negro e obscuro?…
Como é possível que o mundo seja tão cruel… as pessoas “passam umas por cima das outras” para atingirem o seu objetivo. Como é possível que haja pessoas que matam, torturam, só por vingança… Apesar de ser doloroso, de saber que é a realidade, a nossa realidade, foi este o mundo que construímos, foram estas as pessoas que educamos, mas eu olho em meu redor, e não vejo amor, felicidade, educação, liberdade… Simplesmente vejo egoísmo, falsidade, vingança…
As escolas, que deviam ser Centros Educativos para as crianças, para alguns é uma ”seca “, para alguns as aulas são simplesmente uma brincadeira, onde se brinca com os professores, enquanto no intervalo a maior parte dos alunos troçam uns dos outros. Sinceramente, como é que uma criança se sente bem num estabelecimento como este que aqui retrato?
Como é que neste mundo nós não nos respeitamos? Porque temos que ser assim? Porque é que não aceitamos as opiniões dos nossos amigos? Porque é que não gostamos dos que são diferentes? Porque é que somos racistas? Uma cor diferente, uma religião diferente não significam nada. Continua a ser uma pessoa com os mesmos direitos, continua a ser uma pessoa que sabe amar, que sofre e que sabe viver, e não é mais nem menos do que nós. Ninguém é superior a ninguém, somos todos diferentes e todos iguais.
Tantas perguntas que fiz e nenhuma delas tem resposta… quer dizer as respostas existem, mas acho que ninguém na realidade as conhece… Este é o mundo visto por uma criança de onze anos. Quase todos os adultos pensam que as crianças não percebem, não entendem, mas eu entendo, eu percebo… Agora que já sei o que é, na realidade, o mundo, preferia não ter entendido, não ter percebido… Preferia nunca ter conhecido… o que é o nosso mundo, a nossa vida…
Nós podíamos mudar, podíamos melhorar, se cada um pensasse como eu, mas é isso que nos torna especiais, sermos diferentes. Mas será que a diferença não pode ser posta de lado, só por um momento? Será que num sorriso diferente não pode haver amor?...
                                                                          Bárbara Carrulo Rodrigues - 6º 5

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A volta ao mundo animal...


Era uma vez um rapaz chamado Manuel que era muito curioso. Ora, no dia 3 de julho de 2012, a nossa personagem fez 11 anos.
- Parabéns, filho!... Ai, só de pensar que há 11 anos estavas dentro da minha barriga… - disse-lhe a mãe.
- Ah!? Como? Quem me meteu lá? Como saí? Por que é que não me lembro?
A mãe aconselhou-o a ir consultar o livro do bebé. Contudo, Manuel saltou um pormenor à vista: uma cegonha a levar um bebé.
- “Talvez tenha sido a cegonha!” – pensou.
Infelizmente não existiam cegonhas na sua região … Como iria resolver o mistério?
Três semanas depois, o pai trazia uma boa notícia.
- Ganhei a lotaria! Já gastei algum dinheiro para comprar um dirigível com licença para aterrar nos aeroportos todos! Podemos dar a volta ao mundo!
Dito isto, partiram.

Primeira paragem: Aveiro, Portugal!
Manuel procurou um ninho de cegonha. Bingo! Mesmo à sua frente surgiu um com a cegonha e tudo!
- Ei, senhora Cegonha!
- Diga, cavalheiro… Eu sou a Angelina…
- Posso saber como me meteu dentro da barriga da minha mãe?
- Desculpa?
Manuel mostrou-lhe o livro. Logo a seguir a cegonha debicou o livro numa parte com o arbusto lilás com um melro em cima.
- Eles sabem tudo!
- Ih! – riu o Manuel. – O arbusto?
- Sim, confia em mim. Podemos encontrá-los na Pérsia.

2ª paragem. Pérsia.
Miguel levou a cegonha e viu o melro em cima de um arbusto, o lilás, porque dali se via melhor.
- Estranho, também vejo uma raposa no livro… Ah! Lá está ela!
Começaram a conversar, mas Miguel disse:
- Vamos, ainda nos falta esta andorinha!
Seguidamente lembrou-se:
- Oh, não! O lilás é uma planta e não pode mover-se!
- Vamos pô-lo no vaso!
Dito e feito.

Última paragem: Austrália!
Lá, conheceram um canguru e voltaram para casa com ele.
- Mas … Mas… e a andorinha?
- A andorinha Beta tem a resposta! – disse o canguru Zé.
Quando chegaram a casa, Manuel pensou:
- “Beta é o nome da nossa andorinha em cativeiro!”
Foram falar com ela e esta respondeu:
- Bem – começou – podiam ter vindo logo aqui. Ninguém te meteu na tua mãe. Tu formaste-te lá.
Em seguida riu às gargalhadas.
- Não gastavas nada e tinha sido mais rápido, Manuel!
- Pois – disse Manuel – mas assim não faria amigos novos.
Mais tarde, o pai do Manuel, perito em zoologia, construiu réplicas de habitat para cada um e ficaram com eles.
Quem me dera ter tido uma aventura assim!


                                                                                          Pedro Gomes - 5º 7
Texto elaborado sobre animais e plantas estudados no âmbito do projeto Comenius (escrita criativa)

Arrufos na floresta...


Ia a senhora andorinha,
Descansada a voar,
Quando de repente
O melro começa a palrar.

Logo de seguida,
A comadre raposa
Exclamou com firmeza:
“Que floresta cheia de vida!”.

Deu uma gargalhada
O senhor lilás,
Que disse despreocupado:
“Para mim tanto faz”!

Aparece a cegonha:
“A senhora cegonha
diga a esta raposa matreira
que nesta floresta
não há nada de mais
a não ser os pardais!”

A cegonha deu uma gargalhada!
“Ah, ah, ah! Sim, nisso têm razão.
Nesta floresta, anda sempre tudo calmo
Que chatice!
Não se faz nada!”



               Eva Oliveira – 5º 7
Poema elaborado a partir de plantas e aves migradoras, tema do projeto Comenius (em escrita criativa)

Amizades e preocupações...


De manhã,
De manhãzinha,
Andava perdida
A pequena andorinha.

- Cegonha!
- Cegonhinha,
Procura, que perdida
Está a andorinha…

Grande agitação
Rondava naquele lugar!
Coitada da andorinha
Que ainda não sabia voar.

Melro!
Melrinho!
Preto como o carvão,
Procura a andorinha
Nesta tarde de verão.

Melro,
Melrinho,
Com dor no coração:
“Encontrei a andorinha
Com um lilás na mão
E um mundo no coração!”.



         Beatriz Rebelo –  5º 7
Poema alusivo a animais e plantas que fazem parte do estudo
no âmbito do projeto Comenius (em escrita criativa).

sábado, 9 de junho de 2012

Rádio Júnior: uma experiência colaborativa e transformadora na formação de crianças e de jovens


Um programa de rádio escolar pressupõe um trabalho de equipa em que o aluno aprende a ouvir, falar, julgar, respeitar, decidir, colaborar e acolher as decisões, em que a gestão coletiva e democrática dos recursos, da programação e do saber-fazer servem para que este espaço de aprendizagem represente uma convivência dialógica e de transformação.

As crianças e os jovens envolvidos no processo de produção de programas de rádio estão em constante relação com o ambiente sociocultural que os envolve, sendo uma porta de entrada ao conhecimento de novos estilos, formatos, linguagem, fazendo com que conteúdos e saberes se tornem mais dinâmicos e atraentes.

No século XXI, a Escola busca diminuir a distância entre si e a vida do quotidiano, utilizando a rádio no ato educativo com o objetivo de se contribuir para o preenchimento de uma lacuna entre sociedade e escola, permitindo desenvolver competências e habilidades indicadas nos programas escolares (capacidade de síntese, de raciocínio, de verbalização de ideias, etc.) e viabilizar um projeto de vida e de sociedade melhor. Os programas de rádio, materializados por alunos e orientados pelos professores e outros elementos da comunidade educativa, constituem uma prática viva de cidadania e contribuem, certamente, para a construção de uma sociedade mais justa, formada por cidadãos capazes de decidir o seu próprio percurso. Este tipo de projetos tornam-se elementos que priorizam a autoestima e a autovalorização dos membros da comunidade, permitindo a sua expressão, através da ampliação da sua voz, tornando-os agentes e produtores culturais.

O projeto desenvolvido pelo Agrupamento Vertical de Lamego, com a colaboração dedicada e sempre pronta da Rádio Clube de Lamego, tem sido uma realidade, uma experiência única para alunos, professores e comunidade educativa. Com o nome de Rádio Júnior, escolhido pelos alunos, os programas têm cumprido uma verdadeira missão de cidadania local e regional. As gravações são momentos únicos de aprendizagem, de intercâmbio de saberes radiofónicos, culturais e linguísticos e o programa avaliado como algo que motiva e envolve de forma interativa os alunos e os insere em aprendizagens mais reais, mais significativas.

Todos os alunos, desde a educação pré-escolar ao 3º ciclo, têm tido uma experiência de aprendizagem que lhes tem permitido aprender todos os passos que levam à criação de uma rádio, mas também de conhecer linguagens da comunicação, assim como todos os procedimentos que devem ser seguidos para a criação da estrutura do programa, na construção de um cartaz, criação de jingles e spots de rádio e na aprendizagem. As professoras responsáveis por toda a orgânica, gravação e colocação no ar dos programas semanais da Rádio Júnior, Isabel Mirandela, Lurdes Cardoso e Fátima Gouveia, com a sempre presente e encorajadora Manuela Coelho, da Rádio Clube de Lamego (e não podemos esquecer o senhor Professor Júlio Coelho que aceitou de imediato o convite formulado pelo agrupamento), têm ensinado e desenvolvido com os alunos e a comunidade uma tarefa inovadora e continuada, mas muito exigente. Desta forma, se divulgam as boas práticas do Agrupamento, contribuindo para um clima positivo nas relações interpessoais e constituindo um veículo indispensável para o conhecimento de novos estilos, formatos, linguagens, histórias de vida e tudo o mais que a criatividade na diversidade possa permitir. As gravações são sempre realizadas durante a semana, em horário pós-letivo, para que o programa vá para o ar todos os sábados, entre as 14 e as 14:30h, nas frequências 97 e 107.9 FM.

É por todos nós reconhecido que a era digital em que estamos envolvidos nos fascina e nos influencia sem darmos conta, mas, como nos dizia Eckart Wintzen:”Conetar computadores é um trabalho. Conetar pessoas é uma arte”. É disso que o mundo está a precisar: saber envolver o outro, saber motivá-lo para aquilo que permite a compreensão entre pessoas. O diálogo que se tem verificado entre alunos, participantes nos programas e os ouvintes revela que ainda há muito a fazer pelas relações interpessoais, há ainda muito a descobrir acerca de nós e dos que nos acompanham nesta viagem multicultural.

                                               Isilda Lourenço Afonso 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

"Amor com amor se paga" - um livro de valores


Um trabalho de alunos e a sua professora, Lourdes Luís, que delicia quem o lê. Uma obra que revela aquilo que povoa o universo dos nossos jovens: o universo desconhecido, que se descobre através do sonho.

Mas estes pequenos escritores e a sua professora não se limitaram a viajar e a passear pelos planetas do sistema solar: eles descobriram que a amizade está presente em todo o lado. Ajudar o outro é o lema que nos deve guiar pela vida.

Tudo foi dito e pensado com magia, com a capacidade de inventar e criar algo que não se consegue tocar, como é o caso dos planetas e tudo o que constitui o nosso imenso universo astral. Mas nada é impossível quando se consegue sonhar. Estes jovens, agora alunos da E. B. 2, 3, da turma 5º 6, conseguiram uma pequenina, mas expressiva história. Ela foi escrita para crianças, mas os adultos devem lê-la e pensar nas palavras sérias e cheias de valor que esta obra encerra. Com os pequenitos também se aprende. Aliás, nunca devemos deixar de ser crianças, ou seja, não devemos perder a capacidade de sonhar…

A propósito, de sonho, de espaço, de astros, de planetas, deixo-vos aqui um poema canção que todos conhecem e que vem mesmo a propósito do sonho e de alguém que queria ser astronauta, cantada por Rui Veloso. Podem ler o poema, mas tentem compreender como, apesar de já adulto, ele ainda continua a sonhar… Não é por acaso que o título da canção é VOAR…

Eu queria ser astronauta
o meu país não deixou
Depois quis ir jogar à bola
a minha mãe não deixou


Tive vontade de voltar à escola
mas o doutor não deixou
Fechei os olhos e tentei dormir
aquela dor não deixou.

Ó meu anjo da guarda
faz-me voltar a sonhar
faz-me ser astronauta ...e voar

O meu quarto é o meu mundo
o ecrã é a janela
Não choro em frente à minha mãe
eu que gosto tanto dela
Mas esta dor não quer desaparecer
vai-me levar com ela

Ó meu anjo da guarda
faz-me voltar a sonhar
faz-me ser astronauta....e voar

Acordar meter os pés no chão
Levantar pegar no que tens mais à mão
Voltar a rir, voltar a andar
Voltar, Voltar
Voltarei
Voltarei
Voltarei
Voltarei...


                                                     Isilda Lourenço Afonso

terça-feira, 5 de junho de 2012

Arte com História...


Num dia de maio, quente e cheio de sol, abrasador, a nossa turma foi visitar uma exposição de tapeçarias de arte contemporânea que se encontra no Museu de Lamego. Desta forma a nossa aula de português foi mesmo no exterior da escola. Destinava-se não só à observação, mas também aprendermos a relacionar e a emitir opiniões sobre algo que se depara aos nossos olhos.
A nossa professora, Isilda Afonso, preparou-nos para a saída, dizendo algumas regras e também nos deu algumas informações sobre o que íamos ver, relacionar e opinar, pois tratava-se de conteúdos das disciplinas de português e de história e, claro, os aspetos artísticos que ilustrariam episódios importantes da nossa história.

A tapeçaria de Portalegre é considerada a melhor tapeçaria mural do mundo. Ora, com estes trabalhos no nosso museu era de não deixar perder a ocasião. Foram tapeçarias executadas no Estado Novo, sobre factos históricos e que fazem parte de museus, tribunais, ministérios, bibliotecas, embaixadas, etc. Além das tapeçarias também estão expostos cartões originais, na maioria inéditos, de Guilherme Camarinha, Amândio Silva, Almada Negreiros, joão Tavares e Lino António.
A senhora Drª. Alexandra foi excelente nas explicações, diálogos e questões sobre cada tapeçaria, pois nós tínhamos a obrigação de saber enquadrar todos aqueles episódios na história de Portugal. Fomos tomando notas e, melhor ainda... Ficávamos de boca aberta de cada vez que nos ia apresentando uma nova tapeçaria. É que todas elas nos desafiavam a observar, a pensar e a tomar notas e a não querermos perder nada do que nos iam dizendo.

Uma das tapeçarias mais apreciadas por todos nós foi a de autoria de Cândido Costa Pinto, no ano de 1960, e que se chamava "Epopeia Marítima". Claro, os nossos descobrimentos estavam ali retratados num mapa em que várias rotas se cruzavam, o Adamastor aparece disfarçado de rochedo maldito (os perigos que enfrentaram os nossos marinheiros no mar), e ao mesmo tempo um monstro esquisito, mas com uma fada que simboliza, talvez, a magia e a feitiçaria daqueles tempos que servia para explicar o que nem sempre era de fácil compreensão.
Todas as tapeçarias são belíssimas, todas retratam a nossa história, mas vale a pena observá-las e em silêncio meditar e recuar no tempo para mais valor darmos aos nossos antepassados.

Visitem e deixem-se levar pela magia da história do nosso país, tão bem tecido e retratado por mãos hábeis e sábias.

                                                               Alunos do 6º 5


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Momentos de reflexão, de diálogo e de comunicação entre pares

É do conhecimento de todos nós, professores, pais, alunos e comunidade educativa que os comportamentos dos nossos jovens são um reflexo do que se passa à sua volta, daquilo que a própria comunicação social lhes incute e, poucas vezes, devido a problemas pessoais. A escola é o local onde se plasmam todos os problemas e carências que surgem constantemente no quotidiano do aluno e no mundo global ao qual nenhum de nós é alheio.
A Associação de Pais e Encarregados de Educação do nosso agrupamento tem vindo a promover ações pertinentes no âmbito da formação e reflexão que permitam uma entreajuda eficaz na formação dos nossos alunos, direcionadas a toda a comunidade, essencialmente aos encarregados de educação e professores. Estive em todas elas e devo afirmar que qualquer uma foi digna de participação, de aprendizagem e, sobretudo, de alerta e aconselhamento, sempre numa perspetiva de fundamentação, discussão, reflexão e caminhos que se poderão encetar para uma cidadania mais humana e cívica.
Ontem, dia 31 de maio, foi mais um momento desses. Com a colaboração da Drª. Cláudia Fonseca e o senhor Enfermeiro João Barreira, elementos da CPCJ de Lamego, pudemos ouvir, ver e discutir em ambiente familiar, mas muito atento e bastante partilhado o tema "Comportamentos juvenis", que abordou três vertentes bem atuais e muito difíceis de contornar por quem se defronta todos os dias com situações de alunos/filhos inseridos em problemáticas que ultrapassam a esfera da missão essencial de ensinar: riscos da Internet, o bullying e a toxicodependência.

Tudo foi ali denunciado pelos palestrantes pela assistência e mesmo por responsáveis do próprio agrupamento, na pessoa do senhor Diretor. Todos opinamos, tiramos as nossas conclusões e propusemos percursos para a prevenção de qualquer um destes aspetos da nossa sociedade. No entanto, quer pais, quer professores e outros colaboradores na educação dos nossos jovens, os tais nativos digitais da nossa época, teremos de estar com uma atenção e até mesmo perspicácia no que se refere às relações virtuais dos nossos jovens, ao isolamento que por vezes revelam, à escuta constante, mesmo que não haja muito tempo para o diálogo, controlo das amizades pessoais e virtuais e consumo de álcool para que como diz alguém: "Não há que castigar, mas sim aconselhar, dialogar e saber escutar o outro".
Alguns dos filmes que passaram poderiam ser um pouco fortes, mas é a realidade e por que não passá-los aos pais menos atentos, que dizem não ter tempo para colaborar, para participar e para estar com os filhos? Com toda a certeza não iriam ficar indiferentes! Muitas vezes é necessário que se coloquem as pessoas perante realidades cruéis para que algo lá dentro de si faça um "clic" e o abra para aquilo que o rodeia, no que se refere à educação e formação do(a) seu(sua) educando(a).

Obrigada, senhor Enfermeiro Luís, pela sua dedicação e preocupação na promoção de uma formação de qualidade para quem deseja que esta comunidade educativa constitua um exemplo a seguir na tão almejada cidadania em valores humanos e morais, bases de qualquer sociedade deste mundo global.


                                                                                                Isilda Lourenço Afonso