O diretor da revista Aquamare, publicada mensalmente no Reino dos Mares da Índia, o Tubarão Barbatana Azul, decidiu que a jornalista Baleia Sandy (conhecida como a Rainha do Mar), deveria entrevistar a belíssima Sereia Aquare, um ser que a todos intrigava por aquelas paragens, mas com quem ninguém ousava falar por ser tão altiva e com comportamentos que a todos intimidava.
Ora,
como o Tubarão Barbatana Azul sabia que a sua jornalista preferida, a Baleia
Sandy, era alguém com quem qualquer ser marinho simpatizava facilmente,
propôs-lhe este desafio para dar a conhecer a todos aqueles que ali viviam este
ser estranho, mas belo, a Sereia Aquare. Seria um risco, mas a Baleia Sandy nem
pestanejou.
Dirigiu-se
ao local mais frequentado por ela, o rochedo verde e macio, que tanto seduzia
turistas, junto à orla costeira, numa bela tarde de calmaria em que o sol
brilhava intensamente. Pediu-lhe um pouco de atenção para as questões que lhe
iria colocar e, para que mais se envolvesse na conversa, disse-lhe que poderia
ler essa entrevista no mês seguinte, na revista Aquamare, bem conhecida de todos quantos por ali habitavam e
conviviam. A Sereia acedeu ao convite e sabia que podia confiar na Baleia
Sandy.
Baleia Sandy
– Muito boa tarde! Sou a Baleia Sandy, a Rainha do Mar. Eu e todos os seres que
por aqui aparecem ou vivem, temos alguma curiosidade em saber algo sobre si. É
um ser um pouco diferente de todos nós, mas tenho a certeza que não se vai
importar que nós saibamos algo sobre si, não é verdade? Como se chama?
Sereia Aquare
– Eu, eu.., eu… chamo-me Aquare! Estou, es… tou admirada com o que me diz. Até
fiquei assustada! Julguei que os seres deste mar me ignorassem e até já tive
momentos muito tristes. Senti-me rejeitada por vós e afinal parece que não é
verdade…
Baleia Sandy
– O que a fez vir para estes mares, estes rochedos e não outros lugares?
Sereia Aquare
– Bem… eu vivia no Mar das Sete Estações, mas descobri que o meu pai, o Rei
Búzio, andava a prender nas masmorras do seu castelo de anémonas os empregados
que limpavam o mar. Quando soube disto fiquei muito desapontada com ele. Além
disso, disseram-me que ele prendera a minha melhor amiga, a Flora, uma menina
que sempre viveu no mar (precisou da minha ajuda para sobreviver). Por acaso, numa
conversa com uns golfinhos, soube da existência deste novo paraíso marinho, o
Mar Arco-Íris, o vosso mar. Decidi logo vir para cá viver e tentar esquecer o
que de perverso fizera o meu pai. Foram dias muito dolorosos de adaptação.
Parecia que todos vós fugíeis com medo de mim!
Baleia Sandy
– É uma história triste!... Há quanto tempo está no Mar Arco-Íris?
Sereia Aquare
– Se bem me lembro, acho que já lá vai um mês, mais ou menos, não acha?
Baleia Sandy
– Sim, suponho que será isso. Quer dizer que já conhece o sabor das nossas
águas, deu conta da harmonia que paira entre todos nós… O que acha?
Sereia Aquare
– É realmente maravilhoso! Nunca na minha vida de sereia vi uma coisa assim!
Este mar, quer dizer, o oceano das mil cores, é tão transparente e brilhante!
Parece vidro cristalino que deixa passar os reflexos e as cores reais de todos
os que aqui passam ou vivem. É algo que já não via há muito! Deve ser muito bem
tratado, com toda a certeza!
Baleia Sandy
– Limpamo-lo duas vezes ao dia! Todos os peixes têm esse cuidado na sua
conservação. Até mesmo os marinheiros e pessoas que por aqui passam, em
cruzeiros, nem se atrevem a lançar nada que o polua, pois a transparência e o
brilho das águas encantam-nos de tal modo que todo o lixo que possivelmente
tivessem intenções de lançar a este mar, guardam-no para o sítio adequado.
Sereia Aquare
– Ora, então toda a gente o trata convenientemente e se preocupa com a
manutenção destas caraterísticas. Nunca vi gente tão amável e zeladora do mar.
Eu sou uma admiradora das águas marinhas e sempre me indignei e revoltei contra
aqueles que só sabem provocar o mal e nunca respeitam este bem que a Natureza
nos deu. Acho mesmo que o mar será o futuro do planeta Terra, mas quem é que
liga às palavras de uma sereia?
Baleia Sandy
– Por tudo o que me está a dizer, sente-se muito bem por estas paragens e ao pé
de todos nós!?
Sereia Aquare
– Claro que sim, este mar tem ótimas condições de vida e já não há muitos
lugares marinhos onde uma simples sereia se sinta realmente feliz!
Baleia Sandy
– A viagem que fez correu bem ou teve muitas dificuldades como os marinheiros
portugueses há muitos e muitos anos?
Sereia Aquare
– Correu muitíssimo bem e descobri paisagens muito bonitas e fantásticas. Vi
uma estrela cadente pousada à minha frente à superfície da água, também vi o
pôr do sol entre as montanhas e brilhava, brilhava… Assisti a corridas
desenfreadas entre peixinhos nas suas brincadeiras do esconde-esconde… Vi, vi…
coisas que nem consigo já descrever.
Baleia Sandy
– Durante a viagem, de que é que mais gostou?
Sereia Aquare
– Bem, gostar, gostar mesmo… Acho que adorei ter assistido ao nascimento de um
golfinho azulinho, azulinho. Foi mesmo um acaso, mas que me fez pensar como é
tão difícil ser mãe. Custou bastante ao golfinho-mãe. Eu apenas lhe pude dar
coragem para enfrentar as dores. Acompanhei o processo todo. Foi lindo, lindo!
Baleia Sandy
– Tem a certeza que vai viver em paz nestas paragens, que vai sentir-se feliz?
Sereia Aquare
– Pelo que já vivi e presenciei, não tenho dúvidas. Espero ter mais com quem
falar, com quem conviver e até ajudar todos os seres que aqui vivem. Com o meu
canto vou tentar seduzi-los para verem que eu sou alguém interessante e o meu
canto com a música dos corais vai ajudar a aproximarmo-nos. Tudo vai mudar e
então este mar vai ser uma atracão para muitos seres e pessoas. Vou ter uma
vida calma e de qualidade. Conto consigo para me ajudar nesta tarefa.
Baleia Sandy
– Claro que pode contar comigo e com todos os que aqui vivem. Agora para
terminar: o que gostaria de dizer a todos os que ainda não conhecem este lugar
que tanto preservamos e de que tanto nos orgulhamos?
Sereia Aquare
– Eu aconselho-os a visitar este lindo e paradisíaco lugar marinho ou mesmo (é
uma sugestão) mudarem-se para cá. É um sonho estar aqui. Só vendo e sentindo…
Baleia Sandy
– Então, seja bem-vinda e que continue a ser feliz junto de nós. Obrigada por
todos os seus testemunhos. Até breve.
Sereia Aquare
– Obrigada por este momento. Fiquei ainda mais feliz por saber que todos se
preocupam comigo. Eu também me preocupo convosco.
Ana
Filipa Duarte, Nº 2 – 6º 4
3 comentários:
Querida Ana Filipa:
Já sabia que os teus textos eram muito bons e neste ainda me fizeste mais acreditar que tu sabes fazer textos melhor que eu .Parabens e continua assim a escrever.
Beijinhos da tua amiga Mónica Colónia
6º4 Nº22
Querida Mónica!
Obrigada! Eu não me importo de escrever textos para todos lerem, porque eu gosto muito de ler e de escrever!! Obrigada! Mas também quero agradecer à Carla, à Sandra e ao Rui porque nós éramos um grupo e foram eles, também que deram muitas ideias para conseguirmos fazer este texto. Amigos, o texto não é só meu mas sim nosso!! Muito obrigada!!
Ana Filipa-6º4
Filipa,Carla,Sandra e Rui:
O vosso texto está fantástico. O que eu mais gostei nele, foi que toda a gente se esforçava para não poluir o Mar Arco-Íris (se toda a gente fosse assim na vida real).
Continuem a escrever texto como este.
Muitos Beijinhos
Ana Margarida ;) 6º4 nº3
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