A cidadania ativa é
algo que nos mantém juntos na sociedade. Ao trazer gerações diferentes, a
cidadania ativa dá origem à solidariedade, ao bem-estar da sociedade europeia e
ao crescimento económico e social dos povos que a integram.
É através dela que nos
mantemos a par do que está a acontecer à nossa volta, para adquirir e articular
conhecimentos, a fim de sermos capazes de formar uma opinião informada para
agirmos de forma adequada, individual ou coletivamente. Promove a integração
das crianças e jovens na sociedade e dá-lhes o sentimento de pertença a uma
comunidade maior.
Oportunidades para
aprender e praticar a autonomia, a responsabilidade, a cooperação e a criatividade
permitem o desenvolvimento de um senso de valor pessoal e de especialização em
confrontar ambiguidades e tolerar oposições. As instituições europeias são
espaços de diálogo, de confronto de opiniões e de interculturalidade que nos
ensinam a dignificar pessoas e a refletir sobre temas e problemas locais e
globais que tanto nos afetam e sensibilizam.
O ensino da cidadania
não pode desligar-se da sua aprendizagem. Há que formar e educar para incluir
não só o desenvolvimento da compreensão intercultural (nível emocional), mas
também a aquisição de competências operacionais (nível cognitivo) que só serão
adquiridas através da prática e experiência (o nível pragmático). Ao mesmo
tempo, as competências sociais e de comunicação são de extrema importância para
viver em mundos plurais cultural, étnica e linguisticamente diferentes.
Foi com estes
pressupostos que um grupo de alunos do Agrupamento de Escolas Latino Coelho, em
Lamego, rumou ao Parlamento Europeu, em Bruxelas. Esta visita, organizada pelo
grupo parlamentar do PCP, também teve a participação de uma escola do Alentejo
– Agrupamento da Vidigueira – numa viagem inesquecível que decorreu entre 10 e
15 de outubro. Para além do que foi proporcionado ver, ouvir e interagir, no
Parlamento Europeu, serviu como intercâmbio entre duas escolas portuguesas em
terras da Bélgica e de França, onde puderam visitar Paris. Cruzaram
conhecimentos e conteúdos estudados e mais uma vez os acontecimentos negros da
II Guerra Mundial foram recordados numa visita ao campo de concentração de Breendonk,
na região de Antuérpia. Tudo o que ouviram foram pequenos pedaços de uma Europa
sofredora e sem rumo que existiu e que não podemos esquecer que não passaram muitos
anos. Tudo o que se viu, explicado por um guia, articulado com o que tinham
estudado sobre a formação da União Europeia e o seu propósito, ficou bem
salientado o valor da união e da aceitação do outro. A pluralidade é
enriquecedora e nunca motivo de repúdio e de discriminação.
São destes momentos
vivos de aprendizagem significativa que necessitamos para que se possa
compreender e dizer “não” a extremismos. Tudo isto só foi possível com a ajuda
da Associação de Pais, na pessoa do seu presidente, da Direção do Agrupamento
de Escolas Latino Coelho e do hipermercado E.Leclerc. Um projeto que envolveu
uma grande organização e muita preparação dos alunos por parte dos docentes
deste Agrupamento.
Isilda Lourenço Afonso
Agrupamento de Escolas
Latino Coelho, Lamego
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