terça-feira, 24 de março de 2015

As luzes brilharam na semana da leitura do AELC

Este é o Ano Internacional da Luz, proclamado pela UNESCO. Esta escolha do tema da luz e a sua pertinência no mundo atual, quer na ciência, quer nas aplicações da luz criaram tecnologias revolucionárias com efeito na melhoria da qualidade de vida a nível mundial. As suas aplicações na saúde, comunicações, economia, ambiente e sociedade são exemplos da abrangência deste tema e o seu potencial educativo apresenta ligações a todas as áreas do conhecimento. Este projeto internacional e nacional tem os principais objetivos:
- promover as tecnologias da luz como fator de melhoria de qualidade de vida no mundo,
- reduzir a poluição luminosa e o desperdício de energia;
- promover o envolvimento dos jovens na ciência;
- promover a educação entre os jovens;
- promover o desenvolvimento sustentável.
Estas comemorações são a oportunidade única, à escala mundial, para inspirar, educar e ligar as populações de todo o mundo. Também alguns alunos do Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego, apresentaram atividades que têm vindo a desenvolver sobre o tema da luz, ao nível de Português, Inglês, Matemática, Educação Moral e Religiosa Católica, clube de escrita e clube de teatro. Aproveitando momentos da semana da leitura, na presenção de outras turmas, de professores e de muitos dos seus encarregados de educação, deram a conhecer o que significa para eles o tema da luz. Apresentaram-se com poemas originais, outros retirados de escritores da nossa literatura, uma peça de teatro sobre três grandes nomes do mundo da ciência da luz e das tecnologias (Einstein, Steve Jobs e Bill Gates), que a todos surpreendeu com as elevadas performances dos atores, recitações em conjunto com pequenas apresentações de EMRC, poemas em Inglês, ditos e com muita expressividade, com uma preparação nas aulas de Matemática sobre a fórmula de Einstein. Finalmente, por ser Dia do Pai, nada melhor do que dedicar palavras sentidas a todos os pais, uma vez que também ele, o Pai, é uma luz importante nas nossas vidas. A atividade intitulava-se "A luz nos caminhos do saber", pois foi um trabalho interdisciplinar trabalhado ao longo de algumas semanas.

Passamos aqui alguns desses textos e momentos que muito nos orgulham.


 



Luz

Para mim, a Luz
é um raio de sol
que na praia deitada
não para de me acariciar.

Era uma vez
um raio de sol
mais conhecido como Luz
tem dez anos
e a todo o lado me conduz.

Certa tarde a passear
com a luz
explicou-me que devia viajar.
Fiquei a delirar
por ver os cruéis a regressar.

O rei dos ventos
o rei dos trovões
a rainha da escuridão
mas o pior
era não ter a Luz para me guiar.

No entanto,
decidi chamar por ela
mas não me ouviu.
Repeti mas não respondeu.
Até que vi um pouco de luz.
e tudo aconteceu.

Era uma vela que estava acesa.
consegui ver a Luz e seguir na direção.
Cheguei e gritei o nome dela
até que me ouviu e fez uma serenata bela.

Parou de andar,
rasgou os céus,
pôs aqueles reis e rainhas
dali para sempre voar.

E com a reconciliação dos pais...
ainda foi mais fácil.
Então a Luz chegou perto de mim
 e disse:
"A união vence tudo e a tudo diz que sim."

Patrícia - 6º B


A luz que me iluminou

Era noite, noitinha cerrada.
Olhava eu para o céu.
Nem uma única estrelinha lá em cima,
tudo escuro como breu.

Mas eis que lá no cimo
apareceu uma luzinha,
pequena, pequenininha,
e completamente sozinha!

"Ó luzinha, ó luzinha,
tu que brilhas aí no céu.
Estás sozinha?"
- perguntei eu.

"Estou aqui muito sozinha
nem a lua me faz companhia.
Podes vir brincar comigo?
Queres ser meu amigo?"

Eu aceitei o convite
e subi por uma escadinha
feita de nuvens constipadas
sempre a deitar uma ou outra gotinha.

E quando cheguei lá
tudo se iluminou.
Primeiro, um candeeiro
a seguir outro...
e assim se passou...

No final, veio o sorriso branco
que fez a noite renascer.
"Obrigada" - disse a estrelinha -
"Por fazeres a noite nascer".

"Eu não fiz nada.
Como é que isto aconteceu?"
Estava confuso e cansado
sem pensar no que me deu.

Como é que não percebi logo
que a luz é a amizade?!
Despedi-me então da minha amiga
que era cheia de bondade.

Deitei-me um segundo,
mas um raio de sol me acordou.
Estava de rastos, cheio de sono,
mas, pelo menos, a luz triunfou. 


João Nuno - 6º B


Pai, meu pai

Começaste como eu
dentro de uma barriguinha.
quando a avó te teve
devia estar muito gordinha.

Não sei porque é que já não és como eu.
Afinal és só uma criança crescida.
Já não te divertes, só pensas em trabalho,
é como se não tivesses vida.

Adoro aquelas partes do dia
em que me afogo nos teus abraços.
Em que vejo que és o melhor dos pais
e que quero seguir os teus passos.

Quando me viste pela primeira vez
sabias que era a tal.
o teu olhar revistou-me
e disse-te que era especial.

Pegaste em mim, eu sorri.
Acalmaste-me a alma.
Choros e gritos
paravam com a frase "Tem calama!"

Cresci, aprendi a andar.
e tu sempre a assistir.
Não me largavas um segundo
não me deixavas fugir.

Fui para o infantário
e depois de o acabar
apoiaste-me sempre
e os obstáculos ultrapassar.

Sabes do que estou a falar, não sabes?
Era a escola,
que me motivavas sempre a ir
com um sorrisinho na sacola.

Fiz lá muitos amigos novos
que não conhecia de lado nenhum,
mas tu ensinaste-me a não ter vergonha
a não ser uma miúda comum.

E se me lembro bem,
onde mais me motivaste?
No exame nacional,
nesta prova difícil me apoiaste.

E quando passei nele
tu ficaste orgulhoso,
festejaste comigo
foste um pai maravilhoso.

E chegou o 5º ano
já eu estava preparado.
Ouvi sempre os teus conselhos,
e tudo com verdadeiro agrado.

Tantas coisas que eu fiz
nesse ano maravilhoso!
tu ajudaste-me muito
por seres tão carinhoso.
E quando tudo corria mal,
e parecia não haver solução,
lá estavas tu
para me consolar com a voz da razão.

Dizes que me amas
e eu creio em ti,
porque eu sei quem tu és,
sei que estarás sempre aqui.

Olho-te nos olhos
e digo-te assim:
- Adoro-te, Pai.
nunca fujas de mim.
 
E mesmo que um dia estejas longe
vou-me lembrar de ti,
porque tu estás no meu coração,
mesmo aqui como uma oração.

E quando estás a trabalhar
presionado e stressado,
vou-te deixar continuar
para comigo não ficares zangado.

E no final do dia
Pões-te a descansa,
lá no sofá deitado,
meio a dormitar.

Defendes-me de todos
até da mãe.
Quando estou certa,
e errada também.

E se me ralhas,
estejas certo ou errado,
eu obedeço-te,
porque sou o teu filho, 
mas o teu filho tão amado.

És o pai passarinho
que deixa a filha voar.
quero ser livre como tu
e por aí andar, andar...

Adoro-te muito
e sempre te irei adorar.
O mundo está ao contrário
se o pai o filho não amar.

És o meu super-herói
que me está sempre a salvar
das confusões do dia a dia,
das asneiras que estou sempre a planear.

Tens um sexto sentido de pai
pressentes o que está para vir.
Sabes cada passo que eu dou
És o herói que o vilão vai impedir.

Para onde quer que vás,
leva-me contigo.
Vou ser o teu companheiro,
o teu melhor amigo.

Gosto de te ver
em silêmcio a cantar,
que me amas, que ma amas
e que me irás sempre amar.

Sabes quem eu sou
mas falo daquela parte dentro de mim.
És o meu pai
nasceste para sorrir sempre assim.

E nesta estrofe final
só te quero dizer:
- Não deixes de me amar
nunca me deixes perder.


João Nuno Santos - 6º B
Uma estrofe para cada aluno da turma para o Dia do Pai 



quinta-feira, 19 de março de 2015

Um percurso saramaguiano




No dia 17 de março, na Escola Secundária de Latino Coelho, pudemos assistir a um momento pleno de sabedoria e de encontro com as palavras que nos foi proporcionado pelo senhor Dr. João Paulo Fonseca, professor de Português e de Literatura Portuguesa. Esta atividade inseriu-se na Semana da Leitura do Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego.
A paixão e o entusiasmo com que dissertou sobre José Saramago, vida e obra, através de percursos literários a propósito da obra saramaguiana, despertou a atenção e o interesse de quem o ouviu. Estaríamos, com toda a certeza, muito mais tempo para aprendermos sobre este ilustre escritor português e prémio Nobel da Literatura…
Partilhamos alguns aspetos mais relevantes da sua intervenção e que gostaríamos de aqui deixar para todos os que nos leem. Vale a pena a cultura, vale a pena apreciar estas palavras de sapiência.


Viagem(ns) em Saramago


A adoção de uma perspetiva global de leitura e enquadramento da obra de Saramago leva-nos, em primeiro lugar, a uma reflexão diacrónica sob a evolução do estilo narrativo, tendo como referência algumas datas e obras incontornáveis: 1947, Terra do Pecado, primeiro romance do autor, todavia sem impacto significativo na época e, durante algum tempo, quase renegado pelo autor; 1977, Manual de Pintura e Caligrafia, obra em que o autor busca a sua própria identidade de escritor (pouco tempo após ter saído do jornal Diário de Notícias e ter decidido dedicar-se em exclusivo à escrita literária); 1980, Levantado do Chão, obra que consagra uma forma diferente, original e única de narrar histórias, a que chamarei a língua portuguesa de Saramago; 1982, Memorial do Convento, obra que, definitivamente, consagra Saramago como grande escritor. Em segundo lugar, dentro da evolução temática saramaguiana, há que distinguir as seguintes abordagens: um olhar crítico sobre a História, apontando o futuro como lugar único onde se podem corrigir os erros do passado; o papel do narrador/autor enquanto entidade harmonizadora da História e da narrativa que se pretende ser capaz de desassossegar; a viagem, enquanto processo de construção da identidade pessoal – dentro de si, mas também através da alteridade, do outro – e de uma identidade coletiva, enquanto sociedade; o uso do fantástico, enqua
nto registo modal, como estratégia narrativa capaz de persuadir o leitor à reflexão; a afirmação de um conjunto de princípios antropológicos, ou, se quisermos, de uma espiritualidade humanista, baseada na declaração universal dos direitos do homem. Nesta apresentação, deter-nos-emos, apenas e por uma questão de tempo, sobre o estilo saramaguiano ou a língua portuguesa de saramago e a viagem, enquanto processo de busca de uma identidade pessoal e coletiva.
A língua portuguesa de saramago, tal como ela está em Levantado do Chão e a partir daí, é uma escrita assente no princípio de que tudo aquilo que é dito é para ser ouvido, mesmo se entre um e outro a escrita serve de mediadora. Logo, a escrita torna-se simultaneamente mais económica e complexa, na medida em que tudo o que o escritor poupa terá que ser colocado no texto pelo leitor, como, por exemplo, o ponto de interrogação ou os verbos introdutores do discurso direto. (…)
Há uma ligação profunda entre o estilo saramaguiano de escrever a língua portuguesa e a forma como, oralmente, se conta a história vivida pelas pessoas e, depois, pelas personagens. Não esquecer, por fim, que este carácter oral advém à escrita também como consequência do gosto musical do autor e das influências da oratória vieirina barroca que se evidenciam bastante em obras como Memorial do Convento.
Parte significativa da obra de Saramago enquadra-se numa longa tradição da história da literatura: a literatura de viagens. Se tivermos em conta as crónicas presentes em A Bagagem do Viajante (1973), as narrativas presentes em Viagem a Portugal (1981); A Jangada de Pedra (1986) e a Viagem do Elefante (2008), constatamos que a força motriz da narrativa (nas três últimas) é a viagem enquanto processo físico de deslocação entre dois pontos. Mas também a viagem interior está presente nestas obras, assim como em Todos os Nomes (1997) e O Homem Duplicado (2002). (…)
A obra literária de José Saramago é o resultado de um percurso (viagem…) único e irrepetível levado a cabo pelo primeiro nobel da língua portuguesa. Nela se configuram opções ideológicas assumidas na primeira pessoa pelo seu autor/narrador, nomeadamente, a possibilidade – única possibilidade – de o homem corrigir a História no futuro; a desgraçada nódoa que, em nome de deus, os homens se impõem uns aos outros; a igualdade fundamental de todos os seres humanos, sem qualquer tipo de discriminação; o direito igual e fundamental aos bens materiais e amorosos essenciais a todo o ser humano. Tudo isto está numa obra literária que, sempre que lida, se continua a fazer ouvir.


Dr. João Paulo Fonseca
Escola Secundária de Latino Coelho, Lamego




quarta-feira, 18 de março de 2015

Palavras dos livros e dos nossos escritores

"Palavras do Mundo" é o tema da semana da leitura e, mais uma vez, a E.B. 2, 3 de Lamego teve momentos de encontro com a nossa língua materna.

Os alunos de 7º ano das professoras Ana Paula Sousa e Teresa Silva proporcionaram aos colegas presentes, professores e pais, poemas de escritores da nossa literatura, poemas da sua autoria sobre o amor e valores humanos, hoje já um pouco esquecidos, uma dramatização de uma obra que é de leitura obrigatória, "À beira do lago dos encantos", assim como leituras de escritores moçambicanos.
As palavras ecoaram e tornaram-se mais expressivas pelas suas próprias interpretações, o que revelou o interesse e empenho que colocam
pela aprendizagem do português e do querer saber mais, conjugando o saber da literatura com a arte de representar.
Nunca desistam de ler, ler, ler e de sentir o que as palavras nos contam e encantam!


Isilda Lourenço Afonso




terça-feira, 17 de março de 2015

Palavras do passado em todas as cores

Tem estado a decorrer a Semana da Leitura no Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego. Com um diversificado e bastante pedagógico programa, as atividades dos alunos e professores têm surgido de forma bem representativa daquilo que de bom se vai fazendo, aprendendo e ensinando no nosso mundo escolar.
Hoje, da parte da tarde, na Escola Básica 2, 3, pudemos apreciar momentos de literatura popular, do nosso património português, com a apresentação e representação da Nau Catrineta e da Bela Infanta, por alunos do 6ºano,bem conduzidos pela senhora professora Lurdes Cardoso. Revivemos a leitura que é alusiva à época dos Descobrimentos e ainda um momento em inglês a lembrar tradições da Páscoa britânica.
Outros alunos se seguiram, sempre muito empenhados nas suas funções de atores num poema em que apela ao não racismo - Meninos de Todas as Cores. As senhoras professoras Fátima Gouveia e Regina Santos apresentaram a dramatização e os seus alunos portaram-se lindamente!
Não podemos esquecer que vários encarregados de educação estiveram presentes, um aspeto importante deste evento. É um sinónimo de que a família nos acompanha e quer ver aquilo que se aprende e se faz na escola. Esta ligação ficou aqui bem evidenciada.
Muitos parabéns a todos os que estiveram envolvidos. Continuem.

Isilda Lourenço Afonso



quarta-feira, 11 de março de 2015

Miguel Torga: uma exposição que nos ensinou

O Projeto Jornadas Literárias Ler (n)o Douro, da iniciativa da Coordenação Interconcelhia da Rede de Bibliotecas Escolares (concelhos de Armamar, Baião, Lamego, Moimenta da Beira, Penedono, Resende, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço e Tarouca),  tem como objetivo essencial a promoção da leitura, dando a conhecer a obra de autores/escritores que têm alguma afinidade com a região do Douro ou que escreveram sobre ela.
Cada concelho escolhe um autor/escritor e organiza um dia/jornada de atividades que lhe é dedicado. Antecipadamente, nas escolas e nas bibliotecas municipais decorrem atividades (exposições, oficinas, concursos, etc) que dão a conhecer o autor/escritor, sendo alguns dos trabalhos produzidos neste âmbito apresentados no dia da jornada.

Foi assim também, no dia 10 de março, que duas turmas do 6º ano da E . B. 2, 3 de Lamego, as turma A e B, foram conhecer Miguel Torga, vida e obra, com as professoras Isilda Afonso, Maria do Céu Brito e Manuela Barata. A professora Ana Paula Sousa apresentou e descreveu aspetos importantes deste escritor e médico que por estas terras transmontanas muito nos contou e ensinou. A exposição intitulava-se " O Douro nos caminhos da literatura - Miguel Torga".
Todos estiveram atentos e aprenderam que este escritor teve de lutar muito para conseguir ser médico e escritor. Ainda estudou durante um ano no Seminário de Lamego. As suas obras mais conhecidas são "Os contos da montanha" e "Bichos". Ficámos curiosos e com vontade de o ler. No final preenchemos um questionário sobre o que aprendemos acerca deste escritor e ainda tivemos tempo para apreciar o novo espaço na zona do nosso castelo - a casa dos Bordalos.
Alguns aspetos curiosos: em 1934, aos 27 anos, Adolfo Correia Rocha cria o pseudónimo "Miguel" e "Torga". Miguel, em homenagem a dois grandes vultos da cultura ibérica - Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno. Já Torga surge por associação a uma planta brava da monta
nha, que deita raízes fortes sob a aridez da rocha, de flor branca, arroxeada ou cor de vinho, com um caule incrivelmente retilíneo. Toda a sua obra, embora muito diversificada, é a expressão de um indivíduo que se deixou seduzir pelas terras do Douro e das montanhas e apreciador do ser humano, extremamente ligado à sua terra natal.

Alunos do 6º A e 6º B
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego

segunda-feira, 9 de março de 2015

A árvore caminhante

Num monte encantado e longínquo, vivia uma árvore encantada. Todos os dias se divertia com os animais desse monte e servia de casa a muitos pássaros que à noite adormeciam com o som do vento a bater nas suas folhas vistosas e leves.
Os unicórnios visitavam-nas todos os dias e dançavam todos juntos no arco-íris que os unicórnios criavam com a sua magia para alegrar a árvore que dava tanta magia àquelas montanhas. Nenhum humano podia entrar, nem sequer passar lá, senão os trolls da montanha faziam-nos perder a memória com uma pancada na cabeça com a ajuda de um enorme bastão.
Ora, um dia, duas meninas entraram secretamente naquelas montanhas e foram ter rapidamente com a árvore. Esta, que era alguém de bondade e não chamou os trolls, inquiriu:
- O que é que as meninas estão aqui a fazer?
Elas nem tiveram coragem de responder! No entanto, começaram a conversar sobre o país de onde vinham e começaram a conhecer-se melhor. As duas meninas perceberam que a árvore queria conhecer o mundo. Então, com as coisas que por lá existiam, construíram uma máquina para teletransportar esta amiga recente e, assim, poder conhecer o mundo.
A árvore ficou felicíssima e foi, finalmente, conhecer o mundo. Adorou ver a América, onde comeu um cheeseburger, o Brasil, onde dançou samba, a Inglaterra, onde tomou um chá refinado com a rainha, a China, onde comeu arroz com pauzinhos e, o principal, Portugal onde aprendeu a cantar fado.
De volta à terra mágica, agradeceu:
- Obrigado, muito obrigado.
- Não tem de quê, árvore. - disse uma das meninas.
- Agora conheço o mundo, mas para vossa segurança não vou dizer a ninguém! - segredou a árvore solidária.
E, por uns instantes, abriu-se o portal maravilhoso para as queridas meninas se irem embora.
- Adeus! - despediram-se elas.
- Adeus - respondia a árvore feliz.
E assim a árvore caminhante e curiosa se sentiu ainda mais feliz.


Rodrigo Gabriel e Rafael Meneses - 6º B
Clube de escrita criativa
Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego