A propósito do Dia Mundial da Água, achei que vos devia fazer recordar este poema de Pedro Barroso. É pena não podermos acompanhá-lo com a música, mas as palavras falam por si. é uma balada doce e romântica, inspirada no movimento lento e calmo da água do rio.
Menina, em teu peito sinto o Tejo
e vontades marinheiras de aproar.
Menina, em teus lábios sinto fontes
de água doce que corre sem parar.
Menina, em teus olhos vejo espelhos
e em teus cabelos nuvens de encantar
e em teu corpo inteiro sinto o feno
rijo e tenro que nem sei explicar.
Se houver alguém que não goste
que eu só por mim quero-te tanto
que não vai haver menina p'ra sobrar.
Aprendi nos "esteiros" com Soeiro
aprendi na "Fanga" com Redol.
Tenho um rio grande o mundo inteiro
e sinto o mundo inteiro no teu colo.
Aprendi a amar a madrugada
que desponta em mim quando sorris.
És um rio cheio de água levada
e dás rumo à fragata que escolhi.
Se houver alguém que não goste
não gaste - deixe ficar ...
que eu só por mim quero-te tanto
que não vai haver menina p'ra sobrar.
Pedro Barroso, in álbum "Cantos da Borda d'água"
Isilda Lourenço Afonso
2 comentários:
Obrigado Isilda por mais este momento de partilha... Não quer colocar na Floresta?... Beijos
A água esse bem de suprema necessidade, porventura o bem mais precioso à face da terra, tão linda, tão azul umas vezes, tão verde esmeralda noutras, mas sempre tão bela. É sempre bom relembrar a sua importância para a humanidade e que o homem vem malbaratando para o futuro e, sobretudo, quando essa lembrança vem com a doçura deste poema.
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